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PARAPSICOLOGIA



Ondina Balzano



parapsicologia



PSIQUISMO E CÉREBRO

CONSCIENTE - SUBCONSCIENTE - INCONSCIENTE



A palavra PSIQUISMO refere-se ao estudo dos fenômenos ou dos processos mentais conscientes ou inconscientes de um indivíduo ou de um grupo de indivíduos.
O vocábulo PSICO tem origem grega “ psyché”, que significa alma, espírito, intelecto.
Aristóteles usou a palavra “psique” para indicar o princípio vital específico de cada reino, chamando de Phitos ao reino vegetal, Zoos ao reino animal e Antropos ao homem. Cada um tem suas propriedades específicas e inconfundíveis.
O psiquismo inferior (vegetal e animal) não contém as qualidades do psiquismo superior (humano).
O Psiquismo racional, embora não seja quantificável em laboratório, é uma realidade controlável e, portanto, objeto da ciência.
Duas são as principais ciências que se dedicam ao estudo do PSIQUISMO:
PSICOLOGIA é a ciência dos fenômenos psíquicos e comportamentais. Psicologia é formada por dois radicais: psyché e logia, que significa “estudo ou tratado da alma”, isto é, da mente humana.
PARAPSICOLOGIA é a ciência que estuda os fenômenos psíquicos que estão além do alcance da Psicologia. O prefixo “para” designa “além de”, dando o sentido de “continuação”. Simplificando, pode-se dizer que Parapsicologia é a ciência que estuda os fenômenos paranormais ou extra-sensoriais.
Esses fenômenos são classificados em psi-gama, psi-kapa e psi-theta, descritos a seguir:

Psi-gama – Gama é a primeira letra da palavra grega “gnosis” que significa conhecimento. Compreende os fenômenos de telepatia, clarividência, clariaudiência e pré-cognição.
Psi-kapa – Kapa é a primeira letra da palavra grega “kinesis” que corresponde a movimento. Estuda a  psicocinesia que é o fenômeno de movimentar objetos através da mente.
Psi-theta – Theta é a primeira letra do vocábulo “thanatus”, que se traduz por morte. Nessa classificação encontram-se os fenômenos relativos à manifestação de espíritos, através de médiuns ou por meios eletrônicos, regressão de memória espontânea, hipnose, relaxamento, significativos sonhos e lembranças de outras vidas – reencarnação, relativos à morte física.

Todos os fenômenos são manifestados através da mente, intelecto, psique ou alma; e já foram amplamente estudados e divulgados por ilustres parapsicólogos e psicobiofísicos, através de livros, onde constam numerosos exemplos.
Entretanto, citaremos apenas um caso de telepatia pesquisado pela NASA, pela sua relevância, o qual consta no livro “Parapsicologia”, de Moacir de Araújo Lima:
Experiência telepática da NASA, com astronautas em órbita lunar, com êxito”:
“Quando o módulo está parado na superfície da Lua, na face do satélite que está sempre voltada para a Terra, a nave-mãe permanece em órbita lunar. Há um certo período em que a nave-mãe está passando por detrás da Lua, em relação à posição do módulo, em que nenhuma mensagem de rádio pode ser nela captada, nem enviada à Terra, nem do módulo. É que nesta região, atrás da Lua em relação à face voltada para a Terra, as ondas de rádio não se difratam o suficiente para chegarem à nave-mãe. Vale dizer, em outras palavras, que as ondas não conseguem fazer a curva necessária para lá chegarem e, evidentemente, não podem atravessar a Lua. Pois nessas condições, módulo lunar pousado e nave-mãe em órbita, do outro lado da lua, os astronautas da nave e do módulo conseguiram se comunicar por telepatia.
Há ainda um aspecto interessante. No “espaço vazio”, fora da atmosfera terrestre, bem como na Lua, a facilidade de se comunicar telepaticamente é maior do que na Terra. No silêncio mental, por assim dizer, fica mais efetiva e eficiente a comunicação telepática”.
A filosofia esotérica distingue a mente como superior e inferior ou superficial.
Segundo a teoria psicanalítica, a mente superficial ou psique, embora sendo uma unidade, é dividida em três áreas:
- Consciente é a área da atenção e do pensamento do indivíduo no momento;
- Subconsciente, também denominado Pré-consciente, corresponde à parte que trata das recordações facilmente evocáveis;
- Inconsciente refere-se à divisão cujo conteúdo é de difícil acesso à consciência, pois equivale a um arquivo esquecido por falta de uso ou por repressão. O Inconsciente apresenta manifestações instintivas e condiciona comportamentos; pois é a origem das nossas criações e dos fenômenos parapsicológicos; grava as impressões recebidas dos  sentidos e armazena os fatos ocorridos desde a vida intra-uterina.
Comparando, por analogia, os elementos do psiquismo com o oceano, apresentamos a seguinte classificação:
- Parte superior do oceano ou região da superfície, iluminada pela luz solar, comparável ao Consciente, à mente racional, que decide e faz opções.
Parte mediana ou região pelágica, equivalente ao Subconsciente, onde os processos psíquicos permanecem na penumbra, mas podem vir à tona por evocações.
- Parte inferior do oceano, região abissal, na qual só se enxerga com o auxílio de equipamentos especiais e onde o homem pode descobrir maravilhas antes desconhecidas, e que corresponde ao Inconsciente, inacessível ao conhecimento do Consciente.
Nas profundezas do nosso Inconsciente existem duas forças que merecem especial atenção: o ID e o SUPEREGO; enquanto que no nosso Consciente destaca-se a estrutura: EGO.
O ID é constituído pelos nossos impulsos primários, pelas forças do prazer e do sexo; o SUPEREGO representa a assimilação interior dos elementos da nossa educação; enquanto que o EGO manifesta o nosso Consciente. Dizemos que O EGO é a estrutura do nosso Consciente, que ora acata os impulsos do ID e ora do SUPEREGO.
Quando o SUPEREGO se salienta, o ID ataca o EGO, ocasionando o estresse, com todas as suas tendências mórbidas emocionais e com repercussões físicas. Idêntica sintomatologia negativa emocional e física acompanha o complexo de culpa, como manifestação do SUPEREGO agredido, no momento em que o ID domina.
A primeira tentativa de pesquisa dentro da ciência sobre os fenômenos paranormais surgiu com o Professor Charles Richet, que recebeu duas vezes o prêmio Nobel, através de sua obra intitulada “Tratado de Metapsíquica”.
Como sistema de catalogar e classificar os fenômenos, podemos dizer que a Metapsíquica foi muito além da Parapsicologia. Entretanto, esta última teve o mérito da utilização de um método quantitativo, baseado no cálculo de probabilidade, que foi aprovado em dois congressos internacionais de Matemática.
Os fenômenos paranormais integram a própria essência do ser humano e a Parapsicologia é enquadrada como disciplina científica pelo extraordinário trabalho do professor Rhine, culminando com a criação do Laboratório de Parapsicologia da Duke University (USA), no ano de 1934.
Na Rússia, essa ciência recebeu a denominação de Psicobiofísica, da qual se destacou Vassiliev como um de seus maiores pesquisadores.
Os fenômenos psi-gama e psi-kapa ocorrem através do Subconsciente, enquanto que os designados de psi-theta acontecem quando as informações do Inconsciente são trazidas à tona pela Hipnose ou ainda, pelo Subconsciente, quando ocorre a regressão de memória espontânea.
O pai da Psicanálise, Freud, adota como interpretação dos sonhos o método analítico que aplicara ao estudo das neuroses e admite que se os sintomas neuróticos têm sua história psíquica, os sonhos também a terão. Nessa linha de raciocínio, Freud propõe separar nos sonhos um conteúdo manifesto e outro latente, estendendo-os como efeitos-sinais de processos mentais ocultos. Ele sugere ainda, dentro do sistema analítico, que se recorra ao processo da livre associação; fazendo o sonhador associar livremente as imagens do sonho a imagens conscientes para dessa comparação concluir a mensagem contida no sonho. Freud morreu no ano de 1939.
Carl Gustav Jung foi um dos primeiros discípulos de Freud. Entretanto, afastou-se do mestre em 1912, fundando sua própria escola e teoria, a Psicologia Analítica. Depois, adotou a teoria do “inconsciente coletivo”, com a qual os analistas muito simpatizaram para explicar aquilo que não podiam ou não sabiam. Mais tarde, Jung foi um dos autores que forneceu os fundamentos para as primeiras escolas de psicanálise e de psicologia.
Ele ensinou a perceber a assinatura de Deus em todas as coisas, através do seu conceito de sincronicidade, sugerindo que algo existe entre nós e o meio em que vivemos. A essência de Deus não pode ser captada pelo olhar estrito da razão, levando-nos a um entendimento analógico ou mesmo intuitivo de todas as circunstâncias que nos mostram o divino. Essa experiência possibilita sintonizar a alma com uma dimensão superior à da realidade comum.
Partindo da premissa de que o mais importante é a psicologia, a inteligência, a consciência e o psiquismo, Jung dizia que a reencarnação não é um absurdo, mas simplesmente um continuísmo muito lógico no longo caminho da verdadeira vida, que é a psíquica ou a evolução dos nossos sentimentos, inatingíveis pelas limitações da matéria que constitui o nosso corpo. Portanto, Jung abonou a tese da Reencarnação quando disse:
“O que é mais lógico, que algo que existe continue a existir, ou que surja algo que nunca existiu?”
Jung também discordou de Freud quando este pretendeu erroneamente querer explicar todos os fenômenos inconscientes por influências e experiências infantis do instinto sexual. Jung não considerava unicamente a sexualidade como o fator principal da vida instintiva. Entendia que atuavam, também, forças não sexuais e a esse complexo instintivo designou pelo termo “libido”, o qual definiu como energia psíquica tendente à perpetuação da vida.
Jung faleceu em 1961, portanto, esteve bem mais perto de nós. Ele é autor do livro “Ricordi, Sogni e Riflessioni” (Recordações, Sonhos e Reflexões), pouco conhecido no Brasil. Diz Jung sobre a Reencarnação, no capítulo: “La vita doppo la morte” (A Vida após a Morte):
“Recentemente tenho observado em mim mesmo uma série de sonhos que parecem descrever o processo da reencarnação em uma pessoa falecida de minhas relações. Certos aspectos poderiam ser seguidos com uma certa verossimilhança e até realidade”. (pág. 356).
Também o médico-psiquiatra Paulo Urban faz referência à assinatura de Deus, quando diz:
"Tudo na Natureza - ser vivente ou não - carrega em si a essência divina, que só pode ser percebida por quem aprendeu a decifrar a assinatura de Deus no Universo".
Os alquimistas sentiam a natureza como a própria divindade, observando em suas múltiplas manifestações uma espécie de escrita cifrada, pela qual o Criador pode ficar oculto e, ao mesmo tempo, revelar-se de maneira sábia e discreta.
Paracelso, o médico suíço do século XVI, num de seus inúmeros tratados alquímicos, explanou a sua teoria dos sinais ou das assinaturas. Segundo ele, cada ser na natureza preserva traços visíveis ou invisíveis de similitude, de maneira que tudo no Universo está intimamente relacionado entre si. Ele refere que cada uma das partes do todo, das células às grandes estruturas, do átomo às estrelas, está permeada de uma única e mesma essência, perceptível apenas aos olhos sutis dos iniciados, que são treinados para ler a escrita divina.
O filósofo brasileiro Huberto Rohden explicou que o homem, sendo um universo feito à imagem do macrocosmo, apresenta uma perfeição resultante da perfeita unidade e diversidade, revelando a unidade do eu central na diversidade dos egos periféricos para constituir o homem cósmico.
Mas, no século XVII, o filósofo Baruch Spinoza já afirmava que Deus é a alma do universo e o mundo o corpo de Deus. Acrescentava ele, curiosamente, ser o universo a grande charada de Deus que, em sua serena magnitude, permanece insondável, não obstante as diversas proposições religiosas que buscam explicá-lo.
Ainda nesse mesmo século, em 1622, o filósofo Jacob Boehme, natural de Görlitz, na Alemanha, grande admirador de Paracelso, enunciou em sua obra “De Signatura Rerum”:
“Não existe nenhuma coisa na natureza, criada ou dada à luz, que não revele exteriormente a sua forma interior, porque tudo o que é íntimo tende sempre a manifestar-se (...) como podemos observar e constatar com as estrelas e os elementos, com as criaturas e com as árvores e plantas (...). É por isso que a assinatura constitui uma fonte de compreensão, através da qual o homem não só conhece a si próprio, mas pode reconhecer a quintessência de todos os seres”.Analisando o próprio vocábulo “universo”, cuja terminologia latina se expressa pela aglutinação de unus (todo, inteiro, pleno) e versus (voltado para ou inclinado a) teremos o nítido sentido de que o universo é algo cuja origem está propensa a abarcar o todo absoluto. Portanto, até etimologicamente é reforçada a idéia de que a divindade oculta por trás de tudo é um grande e incognoscível holograma, podendo ser encontrado em cada uma das infinitas partículas que o compõem. E, mais do que isso, ele pode ser experimentado por aquele que, em sua ascese espiritual, saiba despir-se da barreira egóica e alcançar os estados de êxtase místico e transcendental.
Deus está em todos os seres e em todas as coisas. Entretanto, Deus só pode ser sintonizado pela nossa mente.
Dizem os cientistas que o cérebro é um verdadeiro computador eletrônico... Quem será o seu programador? Quando o nosso corpo morrer, que será feito de nosso Inconsciente e Subconsciente, que nunca ocuparam lugar no corpo nem jamais envelheceram?
O cérebro é um instrumento de expressão do pensamento e não a sua fonte! Na verdade, a fonte é a mente que nunca perece, como ocorre com o cérebro.O Dr. Walter Penfield, Diretor do Instituto Neurológico de Montreal, da Universidade de McGill, disse que nas fibras nervosas do cérebro existem gravações das experiências passadas que conservam os detalhes de uma forma surpreendente. Em pesquisa, quando o neurocirurgião coloca um eletrodo no paciente, são ativadas as experiências passadas, que vão se revelando, uma após a outra sucessivamente. Isso se assemelha à ação de uma gravação ou de um pedaço de filme cinematográfico, onde ficaram registrados todos os fatos conscientemente percebidos pelo indivíduo, ou seja, os elementos que despertaram sua atenção no passado. Segundo o Dr. Penfield, toda vivência passada consciente está guardada nesses registros, que são extraordinariamente completos.
Como o organizador que criou o Universo e tudo que nele existe não faz nada sem motivo, deduz-se que esses registros servem a uma finalidade relacionada à evolução do homem como, por exemplo, influenciá-lo nos seus relacionamentos, para que numa vida futura ele encontre afetos ou desafetos em ambientes familiares para mais um aprendizado na escola terrestre.
A Natureza fornece muitos exemplos que demonstram a continuidade da vida. No caso da lagarta que parece morta, em realidade está viva, embora não possamos perceber a sua forma futura. A larva que se arrasta no chão logo se transformará numa linda borboleta.
Se é verdade que certas formas de vida mudam para outras bem diferentes, por que não teria o homem, a mais elevada forma de vida e inteligência na Terra, uma transformação ainda mais maravilhosa?
Assim como na metamorfose das lagartas em borboletas, essas estruturas humanas largarão o casulo (corpo) e voarão rumo ao azul do Céu infinito para o reencontro de seus entes queridos e após para fazer a programação de um novo renascimento.
O filósofo e poeta inglês, Bulwer Lytton, escreveu num de seus poemas:
“Sempre junto a nós, ainda que invisíveis...
Belos e imortais caminham os espíritos;
Pois este Universo sem fronteiras
É somente vida; não há morte!"



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PSICOBIOFÍSICA

Ondina Balzano



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Símbolo do Conhecimento



CIÊNCIA DE SÍNTESE


O Século XX trouxe duas grandes teorias que modificaram completamente a imagem mecanicista e positivista do Cosmo, no âmbito da Física: Teoria da Relatividade, de Albert Einstein e Teoria Quântica, de Max Planck.
O físico J. A. Wheeler, da nova geração, confirmou a Teoria de Einstein de que a gravitação resulta do encurvamento do trajeto espaço-tempo provocado pela presença da matéria, numa determinada região.
Os físicos da atualidade falam num hiperespaço multi ou até infinito-dimensional e atemporal. Esses mesmos físicos ficam surpresos ao encontrarem nos antigos ensinos das filosofias orientais conclusões similares às de suas pesquisas sobre os modelos do Universo, chegando a terem a impressão de que as proposições dos orientais foram elaboradas por físicos de alto nível e não por místicos em singulares estados de consciência.    
Assim, através de caminhos diversos, usando simbologias e linguagens distintas, pesquisadores, com aparelhagem dos mais modernos laboratórios, obtêm resultados de grande precisão; e meditadores, que realizam suas experiências psíquicas intuitivas, ambos descrevem um mesmo Universo.
Após a concordância sobre o mundo exterior, é preciso que agora cientistas pesquisem o mundo interior para conhecer em profundidade o mecanismo essencial da vida do ser humano, cuja conclusão certamente virá ao encontro das informações dos místicos orientais e dos estudiosos da Psicobiofísica, Biopsicoenergética e Parapsicologia.
O homem busca aventuras no espaço sideral para conhecer os astros que o rodeiam, mas esquece de pesquisar o seu próprio interior, que está ao seu alcance e que tantos benefícios podem lhe proporcionar.
O físico Fritjof Capra, que foi um grande pesquisador da Física teórica das altas energias, no laboratório Lawrence, de Berkeley, USA, informa que a exploração do mundo atômico e subatômico, no final do século passado, revelou as profundas alterações dos conceitos tradicionais da Física.
Capra ficou impressionado com a similitude entre os conceitos da Física moderna, que já menciona a Consciência Cósmica, e as idéias das filosofias do Budismo e do Taoísmo, chegando a declarar em sua obra Ancient Buddhism in Modern Physics (O Antigo Budismo na Física Moderna):
"A Física Moderna pode conduzir-nos ao longo de dois diferentes caminhos: à bomba ou ao Budha".
Informa o cientista Karl W. Goldstein que os físicos estão introduzindo um conceito revolucionário na ciência com a abordagem da Consciência Cósmica como uma realidade física fundamental e absoluta, e não como uma entidade psicológica.      
A astrofísica Sylvie Vauclair, do Observatório de Midi-Pyrinées e da Universidade Paul Sabatierde Toulouse, na França, esteve no Brasil em maio/2003, para lançar o seu livro: “Sinfonia das Estrelas”, onde ela diz:
“Somos seres vivos e nossa matéria é feita de células, e nas células temos moléculas, e nas moléculas temos átomos, e nos átomos, núcleos atômicos. As moléculas têm átomos de carbono, que é o elemento básico da vida. O Sol e a Terra foram formados do gás que antes estava dentro das estrelas, há 4,5 bilhões de anos. Por isso somos filhos  das estrelas, porque nossa matéria vem delas. A organização do Universo e do Homem é fantástica: há cerca de 200 bilhões de estrelas numa galáxia e mil neurônios a mais no cérebro humano...” “Diante de toda essa grandeza, podemos dizer que temos espiritualidade dentro de nós ou que Deus está dentro de nós...” “Nosso corpo emite luz infravermelha, cujos raios podem ser observados através de uma câmera”.
Psicobiofísica é uma ciência heterodoxa, complexa, que reúne parapsicologia, acupuntura, homeopatia, cromoterapia, musicoterapia, aromaterapia, hipnose, psicodança, psicodrama, kirliangrafia (estudo da foto-aura) e outras. Ela é considerada uma ciência de síntese, capaz de interligar todas as especializações em que se subdividiu o conhecimento humano.
O termo Psicobiofísica substitui o que se conhece como Medicina Alternativa, pois o que se contém nas ciências que a compõem são na realidade somatórios de conhecimentos e nunca alternativos.     
Coube à Parapsicologia, ciência estruturada pelo médico Joseph Banks Rhine,  investigar e comprovar a percepção extra-sensorial.
O vocábulo Parapsicologia não abrangia o estudo de todos os fenômenos energéticos, como é o caso da Aura, Psicocinesia, Reencarnação e por isso criou-se a denominação de Parafísica, mas que também não satisfazia completamente. Assim, os pesquisadores desses fenômenos buscaram uma palavra de significado mais amplo e chegaram ao termo PSICOBIOFÍSICA, proposto pelo eminente pesquisador brasileiro, Hernani Guimarães Andrade, em seu livro “Parapsicologia Experimental” e adotado por estudiosos, inclusive da Europa, pois nele se inserem também os conhecimentos relativos à física, à biologia e aos fenômenos PSI.
Essa ciência explicaria ainda os fenômenos considerados “milagres” que, realmente, são a manifestação da energia, em suas diferentes formas. Segundo a opinião do Pe Antônio Vieira:
“Milagre é tudo aquilo que a Natureza faz depressa”.
Atualmente, a Psicobiofísica fornece a explicação dos fenômenos atribuídos aos milagres, pois, na verdade, eles existem como algo sobrenatural, mas são realizados pela manipulação da energia cósmica.
A idéia da reencarnação surge desde cedo na história da filosofia. Observam-se referências a ela em diversos povos da Antiguidade, em especial do Egito, da Índia e da China.    
Pode-se dizer que a reencarnação está sobejamente comprovada por duas ciências: a Física e a Psicobiofísica.
A Física é definida como a ciência que estuda as transformações da energia, considerando que tudo que existe no Universo é pura energia em diferentes estados de concentração.
A Psicobiofísica é a ciência que engloba diversas áreas do conhecimento humano, em especial os estudados pela Parapsicologia, que significa “à margem da Psicologia”, sugerindo um universo de pesquisa paralelo ao da Psicologia e concluindo pela inquestionável lei da conservação da energia que comprova a eternidade do ser humano e sua permanente evolução. Essa afirmativa implica na aceitação da multiplicidade das vidas anteriores, cujas reminiscências de um passado distante podem surgir nas imagens de sonhos e nas vivências das regressões de memória.

No Brasil, citamos dois grandes pesquisadores dos fenômenos paranormais: Henrique Rodrigues, que escreveu “Em Busca da Matéria Psi” e “Psicobiofísica nos Problemas Humanos”; e Hernani Guimarães Andrade, autor da obra mencionada acima.
O homem de hoje ignora a solução dos problemas fundamentais da vida, de modo que possui poucos meios de defesa contra os dolorosos efeitos de seus contínuos erros, pois pensa que Deus deve resolver tudo, desconhecendo que o ser humano, como tudo na natureza, obedece a leis universais.
Há uma matéria que deveria ser ministrada nas escolas em geral e em todos os níveis, pois o homem deverá se conhecer em essência, saber de onde veio e para onde vai, bem como o que é feito das faculdades e potencialidade em que esses fatores interferem em sua vida. Assim que o homem descobrir as leis que regulam o desenvolvimento dos fenômenos da vida, poderá compreender o pensamento de Deus ou da Natureza. A vida é causal e não casual. Em todas as situações, observa-se a existência da lei de causa e efeito. Mas, a maioria das pessoas não a percebem e culpam Deus por qualquer situação negativa que venham a vivenciar.
A Psibiofísica entende que tudo na Vida está correto, pois sempre atende a uma necessidade e preenche uma finalidade.
A Humanidade é composta de seres em processo evolutivo e, nessa trajetória, os que estão na frente têm obrigação moral de ajudar os que estão na retaguarda, porque – qualquer que seja o seu nível – encontrará alguém que o irá auxiliar, seja através de um livro, de uma palavra ou de um gesto fraterno.
Todos, sem exceção, estão condicionados à lei evolutiva e quem pensar de forma contrária deverá refazer os seus conceitos.
Onde está o materialismo prático e dialético? Que fim levou a ciência que pretendia ser materialista? A ciência jamais poderia parar nos limites do que se convencionou chamar de matéria! A matéria ficou diluída nos campos energéticos de ondas, freqüências, ciclos e ritmos do desequilíbrio, da instabilidade da denominada “dimensão física”.
Mas, para que uma verdade seja aceita na Terra, deve aguardar que os cérebros amadureçam para aceitá-la. A Humanidade é um composto heterogêneo, cuja maioria é formada por seres de consciência instintiva, que se comprazem com certos tipos de prazer que já não satisfazem aos mais evoluídos. Aqueles que atingirem à maturidade evolutiva do nível unitário místico ou de sabedoria serão os verdadeiros condutores da Humanidade e os precursores da vida em novos padrões. Eles semeiam por onde passam indiferentes ao tempo de germinação, floração e frutificação, pois estão cônscios da Lei. Observando o passado, constatamos a árdua luta de Harvey, descobridor da circulação do sangue, tão criticado pelos homens de ciência da época, até que se conscientizassem da importância de sua descoberta. Jenner, descobridor da vacina antivariólica, a princípio, chegou a ser ridicularizado. Semmelweis foi expulso de sua Faculdade por exigir aquilo que depois foi a base da assepsia: que médicos lavassem as mãos para o atendimento às mulheres grávidas, em especial no parto. Quanta injustiça foi cometida contra o casal Curie, Pasteur, Pinel e tantos outros.
A Parapsicologia e a Psicobiofísica são as ciências de maior importância ao apresentarem os aspectos transcendentes da realidade humana, pois somente quando o homem tiver consciência da VERDADE ele poderá evoluir para atingir o estado de felicidade e de integração ao Universo.
Diante do exposto, é imprescindível que a Humanidade comece a ter consciência da nova visão do homem como ser integral, capaz de perceber além dos sentidos físicos e ultrapassar o tempo como realidade de consciência.



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JUNG E A PARAPSICOLOGIA




Paulo Urban



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"A relação médico-paciente, principalmente quando intervém uma transferência deste último ou uma identificação mais ou menos inconsciente entre médico e doente, pode conduzir ocasionalmente a fenômenos de natureza parapsicológica", afirmou o renomado psiquiatra suíço Carl Gustav Jung (1875-1961) em sua autobiografia intitulada Memórias, Sonhos e Reflexões.
A vida de Jung, podemos constatar, esteve toda ela marcada por experiências pessoais a envolver fenômenos de clarividência, sonhos premonitórios e psicocinesia (ação do psiquismo sobre o meio e a matéria), que obrigatoriamente se constituem em peças fundamentais a servir na composição de toda sua psicologia. Jung considerava tão importante a parapsicologia como ciência emergente e revolucionária de seu tempo, capaz de investigar os inúmeros fenômenos que desafiavam (e ainda desafiam) a psicologia acadêmica, que chegou a propor o nome do norte-americano Dr. Joseph Banks Rhine para o Prêmio Nobel, visto que seus trabalhos experimentais desenvolvidos nos anos 50 no laboratório da Universidade de Duke, em Durham, na Carolina do Norte, E.U.A., provavam estar o ser humano dotado de capacidades "extra-sensoriais" que exigiam maior atenção da comunidade científica.
Jung cita, por exemplo, o caso de um paciente seu cuja depressão severa ele tratara. Havendo o rapaz se casado logo após o tratamento, Jung orientou sua esposa quanto às prováveis recidivas da doença, pedindo a ela que o avisasse prontamente caso observasse alguma piora no estado psíquico do marido. Mas, conforme nos relata o médico suíço, a tal mulher não o via com bons olhos, tomando-o mesmo por "uma pedra em seu sapato", talvez enciumada, explica Jung, pela influência que ela percebia existir por parte dele sobre seu esposo. Pois bem, precisamente dali a um ano, aquele casamento se transformara em carga insuportável sobre o rapaz, e sua mulher era fonte de constantes tensões. Deprimiu-se tanto o paciente que nem forças encontrava para deixar o leito, ao passo que a esposa, pouco se importando com o humor depressivo do marido, não se preocupou em avisar seu médico.
Por essa época Jung estava viajando, ministrando conferências em outras cidades. Ao regressar de um destes eventos ao seu hotel, por volta da meia-noite, embora se sentindo exausto, não conseguia pegar no sono. Só adormeceu às duas da madrugada para, sobressaltado, acordar dali a pouco, repentinamente. Havia tido a nítida impressão de que alguém entrara em seu quarto, e que a porta fora aberta precipitadamente. Acendeu a luz, mas nada percebeu. Imaginou que algum outro hóspede houvesse se enganado de porta e que, constatando o erro, dali tivesse saído rapidamente. Jung levantou-se, observou o corredor, mas nada havia além do silêncio. "Estranho, pensou, podia ter a certeza de alguém ter entrado em meu quarto". Procurando avivar suas lembranças, percebeu que acordara em verdade com nítida sensação de uma dor surda, assim ele a descreve, como se alguma coisa houvesse ricocheteado em sua testa para depois bater na parte posterior de seu crânio. Sem solução para o mistério, voltou à cama e adormeceu. No dia seguinte, para seu espanto, logo cedo recebeu um telegrama que lhe comunicava a morte daquele seu paciente deprimido: ele dera um tiro em sua própria cabeça. Soube mais tarde que a hora do suicídio conferia com a de seu estranho sonho, e que o projétil entrara pela fronte para alojar-se em região occipital.
Jung explica: "Tratava-se, neste caso, de um verdadeiro fenômeno de sincronicidade, tal qual se pode observar freqüentemente numa situação arquetípica - no caso, a morte. Dada a relatividade do tempo e do espaço no inconsciente, é possível que eu tenha percebido o que se passara, em realidade, num outro lugar. No caso em questão, meu inconsciente conhecia o estado de meu doente. Durante a noite inteira eu experimentara um nervosismo e uma inquietação espantosas, muito diferente de meu humor usual".
Mas esta não fora a primeira nem seria a última experiência parapsicológica a permear a sua vida. Desde criança, Jung, que nascera em Kesswil, interior da Suíça, ouvira contar casos de fantasmas e histórias extraordinárias, folclóricas da região campesina do Cantão. Em sua própria genealogia encontrava raízes fortes da crença nos espíritos. Seu avô materno, por exemplo, o pastor presbiteriano Samuel Preiswerk, que Jung não chegou a conhecer, era casado em segundas núpcias com Augusta Preiswerk e mantinha regularmente, para infelicidade desta, conversas com sua falecida esposa. Reservava em seu gabinete de trabalho um sofá onde diariamente, em hora sempre a mesma, recebia o espírito da finada Madalena, com quem dialogava secretamente. Outra de suas manias era a de pedir à sua filha Emilie, mãe de Jung, que se sentasse atrás dele enquanto escrevia sua gramática de hebraico ou seus sermões, isto porque agindo assim, segundo ele, os espíritos não o perturbariam pelas costas. A respeito de sua segunda esposa, avó de Jung, conta-se que aos dezoito anos caíra enferma gravemente, tendo contraído a escarlatina de seu irmão, e que permanecera em estado cataléptico por 36 horas. Já diante do caixão em que seria enterrada, sua mãe, não acreditando que Augusta Preiswerk estivesse morta, aplicou-lhe um ferro de passar roupas em brasa sobre a nuca, chamando-a assim de volta à vida. Apelidada de "Gustele", a avó de Jung era respeitada como clarividente dotada de estranhos poderes, capaz que era de profetizar em estado sonambúlico.
O próprio Jung recorda-se de suas primeiras experiências inquietantes quando contava apenas três anos de idade. Dormia por essa época no quarto de seu pai, já que o casal vivia em regime de separação de corpos. Todas as noites, percebia que a natureza de sua mãe se modificava, e ela se tornava, diz ele, temível e perigosa. Certa noite, pôde observar que do quarto dela saía uma figura luminosa, cuja cabeça se despregou do pescoço e planou no ar, como pequena lua. A amedrontadora visão repetiu-se por umas seis ou sete noites. Fértil imaginação de uma criança aflita pelo ambiente tenso de relacionamento conjugal de seus pais? Possivelmente sim, mas o fato é que tantas outras experiências inusitadamente fortes se seguiram em sua vida, que só restou mesmo a Jung procurar estudar esses fenômenos e interpretá-los à luz de sua revolucionária psicologia.
Sua dissertação de mestrado, importante que se diga, intitulava-se Sobre os Fenômenos Assim Chamados Ocultos. Foi apresentada em 1902, e analisava detalhadamente a suposta mediunidade da senhorita S.W. (pseudônimo de Helena Preiswerk, em verdade uma prima sua em primeiro grau) durante sessões espíritas, bastante em moda na virada para o século XX, realizadas no âmago de sua família e em presença de outros convidados. O estudo fora feito entre 1899 e 1900; a médium era pessoa introvertida, franzina, de natureza frágil e não muito inteligente; apresentara problemas de aprendizado na escola e contava quinze anos quando se iniciaram as sessões. Morreria mais tarde, aos 26 anos, de tuberculose e "infantilizada", assumindo comportamento de uma criança de pouco mais de 10 anos. Os fenômenos desenvolvidos por Helena iam desde automatismos, como a psicografia e a movimentação rápida de um copo sobre as chamadas "mesas giratórias", até estados de incorporação em semi-sonambulismo, incluindo mudanças grotescas da voz, da maneira de falar, e alterações surpreendentes do caráter. Também ocorriam as chamadas comunicações com os "desencarnados", mediante golpes que provinham das paredes e da própria mesa de trabalhos.
Jung, interessado na fenomenologia, passou a organizar sessões aos sábados em sua própria casa; decepcionou-se entretanto ao flagrar por diversas vezes sua prima fraudando os fenômenos. Acabou concluindo sua análise como um caso complexo de "dissociação histérica", facilitado e prestigiado pelo meio cultural-religioso em que ocorria. Seu trabalho, interessantíssimo, e escrito com agudo senso de investigação, compõe o 1o volume de suas Obras Completas, editado em português pela editora Vozes, sob o título Estudos Psiquiátricos.
Não apenas Helena, porém, chamaria a atenção de Jung para os eventos parapsicológicos; ele próprio vivenciou algumas situações que nos dão muito o que pensar.
Num curto espaço de exatas duas semanas do ano de 1898, durante as férias de verão da Faculdade de Medicina da Basiléia, dois curiosos acontecimentos no estilo Poltergeist vieram servir de alimento para suas indagações futuras. Estando a sós com sua mãe em sua casa, em Zurique, Jung estudava em seu escritório enquanto ela fazia tricô na sala contígua. De repente, o silêncio foi quebrado por forte estampido, semelhante a um tiro de revólver! Sobressaltados, ambos procuravam saber o que havia acontecido; olhavam às suas voltas quando deram com a mesa de madeira inteiriça da sala principal que havia se partido, rachando-se ao meio misteriosamente. Era nogueira sólida que secara há setenta anos e, segundo Jung, naquelas condições climáticas de umidade relativamente elevada tal rachadura nem poderia ter ocorrido.

Quatorze dias mais tarde, Jung viveria outro episódio de psicocinesia, tão estranho quanto o primeiro. Havendo entrado em sua casa por volta das dezoito horas, encontrara sua mãe e sua irmã, esta com 14 anos, extremamente agitadas e nervosas. Há uma hora haviam escutado outro barulho ensurdecedor, vindo da direção de um pesado móvel do século XIX, onde se dispunham os pratos e talheres. Numa de suas gavetas, onde se guardava a cesta de pão, além das migalhas, Jung encontrou a faca que há pouco fora usada no café da tarde com sua lâmina rompida em três pedaços. No dia seguinte, Jung levou o material quebrado a um dos melhores cuteleiros da cidade. Este lhe teria garantido, "É faca de boa qualidade, não há defeito no aço, quem a partiu deve tê-la forçado contra a fenda de uma gaveta ou martelado com ela sobre pedras. Alguém está querendo lhe pregar uma peça!". A faca, inexplicavelmente partida, foi cuidadosamente guardada por Jung durante toda a sua vida. Por que se estilhaçara? E como explicar a rachadura da mesa de nogueira maciça? "A hipótese do acaso para explicar o ocorrido, diz Jung, tinha a mesma probabilidade que a do Reno correr em direção a sua nascente". Ele já suspeitava por essa época que forças inconscientes consteladas, isto é, reunidas em potenciação, a ocorrer em momentos específicos de nossas vidas, em situações que Jung mais tarde batizaria como "arquetípicas", poderiam ter energia suficiente para desencadear fenômenos físicos perceptíveis à nossa volta, ainda que de forma repentina e quase nunca sob o controle de nossa vontade.
Digo quase nunca pois, ao que parece, Jung acabaria desencadeando mais ou menos conscientemente um dos mais curiosos fenômenos psicocinéticos de sua vida. Deu-se em presença daquele que para ele foi, desde quando se conheceram pessoalmente em 1906, em Viena, primeiramente um mestre, depois quase um pai, para mais tarde, em 1913, desentenderem-se e terem rompida a amizade. Estamos falando de Freud, o pai da Psicanálise, que quis ver em Jung um de seus melhores discípulos, nele projetando toda a esperança de fazê-lo herdeiro de seu saber psicanalítico. Mas a vontade do mestre não se concretizou. Tendo divergido de Freud, principalmente no tocante à questão da libido e quanto às bases de interpretação do material onírico, Jung acabou por estruturar seu próprio sistema de compreensão do psiquismo humano ao qual denominaria de "Psicologia Analítica". Além disso, pensava: "Retribui-se muito mal aos mestres se nos tornamos para sempre seus discípulos!"
Jung visitou Freud em 1909 justamente com o intuito de questioná-lo a respeito dos fenômenos "psi". Perguntando a Freud o que ele pensava acerca da precognição e da nova ciência, a parapsicologia, ouviu do mestre que não deveria estar se preocupando com tolices desse gênero. (*) E enquanto Freud discursava, Jung ia sofrendo uma estranha sensação; sentia seu diafragma como ferro ardente, parecia haver dentro dele energia capaz de abaular seu abdômen. Foi quando algumas pancadas misteriosas passaram a ser ouvidas pelo consultório, culminando num estalido forte como se a estante de Freud (curiosamente, símbolo de seu saber) fosse desabar sobre os dois. Jung gritou: "É o que eu chamo de fenômeno catalítico de exterioração!" Ao que Freud respondeu: "Ora, isto é puro disparate!". Jung, atestando sua razão, profetizou: "Pois estou tão certo do que falo que afirmo que igual fenômeno se reproduzirá neste exato instante!" E, pou!, outro estalido bem sonoro explodiu ali mesmo na estante. Freud olhou-o emudecido e horrorizado. Tinha acontecido!
Em carta datada de 16 de abril daquele ano, Freud diz a Jung, falando sobre o assunto, que poderia dar inúmeras "explicações naturais" para os "espíritos golpeantes". Não podemos deixar de observar que na fala do "mestre" estava a suposição de que no discurso dos que se interessavam por "tolices desse gênero" estivesse a crença de que seriam "espíritos sobrenaturais" os agentes causadores destes estampidos. Mas Freud estava bem distante das interpretações que Jung proporia para os fenômenos psi, para ele explicáveis de forma natural e sempre relacionados com nosso psiquismo mais profundo, individual ou coletivo, mas humano.
Poderíamos narrar muitos outros episódios parapsicológicos na vida de C. G. Jung, boa parte deles encontra-se descrita na citada autobiografia. Mas fugiríamos das dimensões deste texto, cuja pretensão é apenas a de revelar o quanto de mistério ainda existe em nosso mundo psicológico mais profundo, passível de interação não mecânica com o meio físico à nossa volta, psiquismo esse também capaz de transpor as barreiras impostas quer pelas malhas do tempo, quer pela rede do espaço.
No apêndice de sua obra póstuma, "O Homem e seus Símbolos", traduzida pela editora Nova Fronteira, voltada ao público leigo, esboça-se uma relação entre a Psicologia Analítica e as descobertas relativísticas da física quântica. Jung julgava imprescindível uma complementaridade à sua psicologia para que a humanidade encontrasse modelos mais satisfatórios para a explicação dos fenômenos psi. Sonhava Jung que os físicos, a começar por seu analisando e amigo Wolfgang Pauli, um dia pudessem emprestar à sua obra um auxílio enorme, para que uma teoria interdisciplinar mais consistente se firmasse sobre novos e revolucionários paradigmas, transcendendo a maneira encontrada pela física clássica para explicar o universo e seus fenômenos. Mais uma vez o médico da Basiléia profetizara, pois é isto justamente o que vem ocorrendo no discurso científico contemporâneo.
(*) Na verdade, dali a alguns anos Freud abriria publicamente sua mente, ainda que com reservas, para se inteirar dos eventos parapsicológicos, chegando a escrever interessantes e reveladores artigos sobre sua pia crença no fenômeno telepático. São os trabalhos "Psicanálise e telepatia"(1921), "Sonho e telepatia"(1922), "O significado oculto dos sonhos"(1925) e "Sonho e ocultismo"(1933), textos estes, lamentavelmente, pouco lidos pela maioria dos psicanalistas.

Paulo Urban é médico psiquiatra,
psicoterapeuta do encantamento
e acupunturista.


"Eu queria conhecer as opiniões de Freud acerca da preconigção e de parapsicologia em geral. Quando fui vê-lo em 1909, em Viena, perguntei-lhe o que pensava sobre isso. Fiel a seu preconceito ma­terialista, repeliu todo esse complexo de questões, considerando-as mera tolice. Ele apelava para um positivismo de tal modo artificial que precisei conter uma resposta cáustica. Alguns anos decorreram antes que Freud reconhecesse a seriedade da parapsicologia e o ca­ráter de dado real dos fenômenos "ocultos".
"Enquanto Freud expunha seus argumentos eu tinha uma es­tranha sensação: meu diafragma parecia de ferro ardente, como se formasse uma abóbada ardente: Ao mesmo tempo um estalido res­soou na estante que estava a nosso lado, de tal forma que ambos nos assustamos. Pensamos que a estante ia desabar sobre nós. Foi exa­tamente essa a impressão que nos causou o estalido."
"Eu disse a Freud: "Eis o que se chama um fenômeno catalítico de exteriorização". "Ah, disse ele, isso é um puro disparate!"
"—De forma alguma, repliquei, o senhor se engana, professor. E para provar-lhe que tenho razão, afirmo previamente que o mesmo estalido se reproduzirá." E, de fato, apenas pronunciara estas pa­lavras, ouviu-se o mesmo ruído na estante."
"Ainda hoje ignoro de onde me veio esta certeza. Eu sabia, porém, perfeitamente, que o ruído se repetiria. Então, como resposta, Freud me olhou, horrorizado. Não sei o que pensou, nem o que viu. É certo, no entanto, que este acontecimento despertou sua desconfiança em relação a mim; tive o sentimento de que lhe fizera uma afronta. Nunca mais falamos sobre isso. '"

(Extraído do livro “Memória,
Sonhos e Reflexões”,
de Carl Gustav Jung, Editora Nova Fronteira)



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O PODER DA
MENTE HUMANA



Nicéas Romeo Zanchett





O cérebro humano é uma maravilhosa máquina que transforma simples sensações em pensamento.
Pensamento é a soma total dos nossos processos mentais, ou idéias, desde o nascimento até a morte. Cada uma de nossas idéias e atos participa da formação da nossa mente, da nossa personalidade e do nosso espírito.
Dentro do nosso corpo existe uma complexa rede de nervos que funcionam como fios telefônicos enviando para o cérebro as mais diversas mensagens recebidas através dos nossos vários sentidos: olhos, ouvido, gosto, tato e olfato. O cérebro recebe as mensagens, agrupa-as, escolhe as que são mais fortes, classifica-as e produz o pensamento.
Este, entretanto, é apenas uma parcela de sua atividade milagrosa. Tão logo o pensamento é formado, começa estimular outros grupos de nervos que levam este pensamento do cérebro aos músculos do corpo para que tudo seja transformado em ação.
Com este entendimento podemos concluir, sem errar, que o cérebro perfeito só existe num corpo perfeito. Como já nos disse um célebre psicólogo, cujo nome não me lembro no momento: "Um homem é aquilo que ele pensa".
É dessa forma que o cérebro e o corpo trabalham juntos neste misterioso processo de pensamento e ação.
Todo o ser humano possui dentro de si um "Eu" elevado e bom, e outro "Eu" baixo e mau.
Ao longo da vida crescemos e purificamo-nos. Dessa forma podemos concluir que quando sacrificamos o corpo com drogas, poluição, má alimentação, fadiga, produtos químicos nos alimentos ou remédios desnecessários, estamos prejudicando a evolução e purificação do nosso espírito que é o objetivo da vida.
A nossa mente está cheia de idéias sugestivas e aspirações que recebe do Poder Universal.
Dentro de cada um de nós existe um juiz divinal que tudo sabe e tudo vê. A ele ninguém engana, dele ninguém escapa e um dia irá cobrar por todos os atos que praticamos. Este juiz se chama consciência. O sentido de espírito de justiça é uma qualidade que existe em toda a pessoa e é tão real quanto o ar que não vemos, mas respiramos. É muito comum que este espírito de justiça fique prejudicado pelos maus tratos que damos ao nosso corpo.
O amor é um elemento invisível e verdadeiro. Ele atua constantemente em todos os seres humanos indicando o que nos agrada ou desagrada. Este amor pode ser pelo animal de estimação, pela árvore do nosso quintal ou pelas pessoas que nos cercam.
Em diversos momentos da vida sentimos uma paz, uma serenidade que não podemos explicar. É a paz divina que não depende de questões químicas, mas é apenas espiritual.
Somos parte de uma natureza divina e quanto mais intimamente nos relacionamos com a árvore, com o pássaro, com a água, com a pedra, com o inseto e tudo mais que nos cerca, mais podemos sentir as forças vitais da Mente de Deus Universal.
A destruição de uma floresta significa a perda de muitas vidas e de elementos vitais que ela poderia nos proporcionar. Mesmo que depois venhamos a reflorestar o local com outras espécies não conseguiremos jamais restabelecer o vigor original.
Na medida em que avançamos na busca da perfeição espiritual, a nossa existência se torna mais elevada e mais pura e nos sentimos cada vez mais propensos a amar aos animais, plantas, pedras, insetos e todas as manifestações da criação divina.
Quando prendemos um pássaro na gaiola não podemos dizer que o amamos, pois na verdade tiramos sua liberdade para o nosso único prazer, portanto isto não é amar as aves.
Quando amamos de modo elevado, seja aos animais, plantas ou outro ser humano, abrimos em nossa mente um verdadeiro manancial de felicidade e paz.
A nossa comunicação com a natureza é um inigualável sentimento de comunhão com o ser Supremo e Infinito, criador de tudo o que existe. Os sentimentos que por essa comunhão recebemos atuam em nosso corpo e espírito de forma tão verdadeira que nos faz entrar em estado de graça e pura felicidade.
A violência, a promiscuidade, as drogas e tudo o mais que nos conduzem à infelicidade são o verdadeiro obstáculo para chegarmos a um nível mental superior, sereno, calmo, tranqüilo e confiante.
O poder mental e o talento são duas coisas que só conseguem crescer no meio da mais profunda calma e do mais absoluto repouso. Os melhores frutos de uma mente, sejam de ordem científica ou sentimental, precisam de condições serenas e tranqüilas para se elaborarem e desabrocharem.
Todos os grandes pensadores da humanidade desenvolveram suas melhores concepções quando se encontravam em silêncio e aparentemente ociosos. É por essa razão que muitos fazem da meditação o caminho para a solução dos seus problemas.
Todo o homem tem talentos embrionários de confiança em si próprio que precisam de momentos de paz e serenidade para desenvolver.
Só podemos ajudar os outros quando estamos capacitados a ajudar a nós próprios. Da mesma forma, ninguém prejudica os outros sem prejudicar a si próprio.
As pessoas nascem com capacidade física e mental para crescer e tornar-se independente.
Quando temos de apoiar indefinidamente alguém acabamos por nos fadigar, exaurindo nossas forças. Assim sendo, é até injusto permitir que alguém viva em absoluta e completa submissão, pois dessa forma lhe destruímos sua capacidade natural para a independência. É preciso atentar bem para o limite de ajuda que podemos dar. Caso não considerarmos este limite poderemos retardar a sua natural capacidade que poderia indubitavelmente atrair  apara si as qualidades que emanam da Força Divina. Não se deve dar muletas a alguém que tem perfeitas condições de caminhar.
Todo o ser humano deve ser soberano com capacidade de melhorar continuamente pelo talento que tiver dentro de si. Só o viver é capaz de mostrar o talento de cada um. O Espírito Divino age em nós por nosso próprio intermédio usando o nosso cérebro para provocar nossa ação.
O melhor cérebro é aquele que é parte de um corpo são, com saúde perfeita. Um corpo doente, drogado, inconsciente e infeliz anula todos os poderes mentais. As bebidas, drogas, poluição e excessos destroem  algumas conexões cerebrais, tornando-nos incapazes de sentimentos. É por essa razão que assassinatos e outros crimes violentos são praticados por pessoas que não tem nenhum sentimento. Eles perderam a capacidade natural de amar, sentir ou até de odiar. Simplesmente não sentem mais nada. Matam por matar.
O milagre vem do Poder Supremo Universal, mas é através do cérebro que ele se realiza. É produto de uma força mental, agindo mediante determinada pessoa dotada de vontade suficientemente forte para, com firmeza e energia, querer  que se realize. Isto acontece porque é através do nosso cérebro que Deus realiza o que precisamos. Tudo nasce do pensamento que produzimos. Deus ou o Espírito Infinito age em nós por nosso intermédio.
À medida que aprendemos o nosso próprio domínio em todas as coisas que fazemos, nos tornamos mais perfeitos, organizados e evoluídos. Estas nossas qualidades irão revigorar o espírito de quem nos cerca. Nosso espírito pode enviar parte de nossas energias a outras pessoas em quem pensamos fixamente, só pelo fato de nelas pensar. É aquilo que podemos chamar de ação telepática.
Os nossos pensamentos se reúnem em verdadeiras correntes de energia e é por essa razão que devemos ter muito cuidado com o que pensamos. Ao pensarmos ou falarmos, atraímos para nós uma poderosa corrente idêntica de pensamentos que agirá sobre nosso corpo de forma benéfica ou maléfica. Se nossos pensamentos fossem visíveis poderíamos ver todas essas energias  circulando entre as pessoas. Em cada ambiente veríamos de imediato o resultado de suas ações.
Nosso cérebro tem uma série de sentidos que se tornarão muito mais perfeitos quando tiverem atingido seu completo sazonamento e então poderemos ver e sentir misteriosos poderes, tal como uma semente que germina e milagrosamente se transforma numa grandiosa árvore. Estes sentidos são despertados quando contemplamos coisas repletas de vida e de força que nos trazem pensamentos alegres e sadios.
É o poder do cérebro que permite desencadear a força de auto-cura que, apoiando-se no apelo aos princípios da saúde perfeita e energia vital, consegue expulsar do corpo enfermo todos os elementos da doença que o estão dominando.
A inspiração do gênio que descobre e realiza grandes coisas procede de uma força e energia que vem da inspiração divina manifestada através do cérebro. É uma força que atua no homem obrigando-o a inventar, empreender ou escrever coisas maravilhosas que o tornam triunfador. Quando o gênio recebe esta inspiração, seja qual for o campo de atividade humana, torna-o capaz de realizar o que antes ninguém fizera ou sequer sonhara.
Shakespeare era possuidor de um cérebro inventivo que o impelia a escrever e exprimir idéias de inigualável beleza e sublimidade. Ele dava às palavras uma forma material tão encantadora que até hoje não foi superado.
Foi esse grande poder mental que impulsionou homens como Thomas Edson, Pasteur, Einstein, Leonardo da Vinci. Mozart e tantos outros beneméritos da humanidade à realização dos milagres que melhoraram a vida de todos.
É este poder que sempre impeliu todos os inventores, sábios, poetas e artistas, a exteriorizarem a inspiração da Mente Universal  manifestada em seu cérebro.
O pensamento que resulta na ação que cria ou transforma é de natureza positiva ou imperativa. Quando o cérebro se mostra vacilante e indeciso não é capaz de realizar nada.
O corpo humano, tal como dos animais e vegetais, tem uma vida e um crescimento que lhe são próprios, independente da mente ou do espírito. Essa vida é limitada e segue pela juventude, maturidade, velhice e morte. O domínio do espírito sobre a carne, torna-a invulnerável a toda a eternidade.
A morte é uma simples queda de energia do corpo para que o espírito possa enfim despertar livremente do mundo material para o imaterial e invisível.
É através do cérebro que Deus Universal se manifesta em todos os seres vivos. É dele que vem este grande poder da mente humana. Foi através desta manifestação divina que os grandes sábios do passado escreveram os livros que hoje são considerados sagrados e cujos ensinamentos são transmitidos em todas as  religiões, muito embora nem sempre haja perfeita interpretação.



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