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JESUS




Figura central do cristianismo. Para a maioria dos cristãos ele é a encarnação de Deus, o "Filho de Deus", que teria sido enviado à Terra para salvar a humanidade. Acreditam que foi crucificado, morto, desceu à mansão dos mortos e ressuscitou ao terceiro dia (na Páscoa). Para os adeptos do islamismo, Jesus é conhecido no idioma árabe como Isa (عيسى, transl. Īsā), Ibn Maryam ("Jesus, filho de Maria"). Os muçulmanos tratam-no como um grande profeta e aguardam seu retorno antes do Juízo Final, altura em que virá para destruir todas as cruzes. Alguns segmentos do judaísmo o consideram um profeta, outros um apóstata. A Bíblia é umas das principais fontes de informação sobre ele.
Embora tenha pregado apenas em regiões próximas de onde nasceu, a província romana da Judéia, sua influência difundiu-se enormemente ao longo dos séculos após a sua morte. Ele pode ser considerado como uma das figuras centrais da cultura ocidental.








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FONTES TEXTUAIS






As fontes textuais sobre Jesus podem ser agrupadas em quatro categorias:
-As cartas de Paulo, (posteriormente incluídas no Novo Testamento): Escritas aproximadamente entre 51 e 63 d.C. , por Paulo de Tarso, representam os documentos cristãos mais antigos, mas não contêm informações biográficas sobre Jesus que poderiam ser úteis para o estudo da figura histórica. No entanto, seu testemunho nos ajuda a entender como Jesus era reconhecido nas mais antigas comunidades cristãs;
-Os quatro evangelhos canônicos (Mateus, Marcos, Lucas e João): De acordo com alguns historiadores, estes textos chegaram a sua forma definitiva em meados do século I, tendo sido escritos em várias versões, que foi precedida de uma década de tradição oral, enquanto outros só chegariam em sua versão definitiva apenas na metade do segundo século. Eles recontam em pormenores a vida pública de Jesus, ou seja, o período de no pregações nos últimos anos da sua vida. No entanto, há limitadas informações sobre sua vida privada. Representam os principais documentos em que convergem os trabalhos hermenêuticos dos historiadores. Na atualidade, diversas escolas com diferentes pontos de vista sobre a confiabilidade dos evangelhos e a historicidade de Jesus têm se desenvolvido;
-Os livros apócrifos: Geralmente, não são aceitos pelos estudiosos como testemunhas confiáveis da história (dada a sua composição tardia, os mais antigos datam de meados do século II, são mais úteis na reconstrução do ambiente religioso dos séculos seguintes), eles fazem uso de fábulas legendárias em grande partes de suas narrativas. Seus tipos e estilos são variados:

-Os evangelhos apócrifos (como o Evangelho do Pseudo-Tomé e o Evangelho do Pseudo-Mateus) que contém milagres abundantes e gratuitos que muitas vezes chega a se parecer com a literatura fantástica, em nítido contraste com a sobriedade dos quatro evangelhos canônicos. Jesus aparece como uma criança prodígio, por vezes caprichoso e vingativo;

-Os evangelhos gnósticos (incluindo o Evangelho de Felipe e Evangelho de Tomé), que contêm revelações privadas e interpretações inéditas sobre o "logos", e transforma Jesus como um ser divino aprisionado em carne e osso, que precisa deixar este mundo, a fim de alcançar salvação;

-Os evangelhos apócrifos da paixão (por exemplo, o Evangelho de Pedro e o Evangelho de Nicodemos) que não acrescentam muito às descrições de morte de Jesus dos Evangelhos canônicos, mas com a característica distintiva de retirar a culpa de Pôncio Pilatos e coloca-las sobre os chefes e autoridades religiosas judias.

-Fontes históricas não-cristãs sobre Jesus: Em algumas obras de autores antigos não-cristãos estão algumas referências esparsas sobre Jesus ou seus seguidores. A mais antiga destas obras é o Testimonium Flavianum. Alguns historiadores consideram tais referências como interpolações posteriores de copistas cristãos.



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ETIMOLOGIA




O nome Jesus vem do hebraico ישוע (Yeshua), que significa "Jeová salva". Foi também descrito por seus seguidores como Messias (do hebraico משיח (mashíach, que significa ungido e, por extensão, escolhido, cuja tradução para o grego, Χριστός (Christós), é a origem da forma portuguesa Cristo



NOMES E TÍTULOS DE JESUS





O símbolo do peixe, recorrente no início da iconografia cristã. O termo "peixe" em grego ἰχθύς (ichthýs) é o acrônimo de Ἰησοῦς Χριστός Θεοῦ Ὑιός Σωτήρ (Iēsoùs Christòs Theoù Yiòs Sōtèr), Jesus Cristo Filho de Deus Salvador.
Nos livros de Novo Testamento, Jesus é mostrado não só com o seu próprio nome mas também com vários epítetos e títulos (A lista está em ordem decrescente de frequência):
-"Cristo". Literalmente significa "ungido", e foi posteriormente associado ao Messianismo. Na época de Jesus, o Cristo era esperado pelo povo judeu, especialmente para promover um resgate social e político, apesar de Jesus ter pregado um renovo mais voltado para o lado espiritual como fonte primária e, apenas como consequência, reformas sociais.
-"Senhor". Utilizado principalmente no livro de Atos dos Apóstolos e nas cartas. O título honorífico, em grego clássico é desprovido de valor religioso, mas é particularmente significativa a aplicação dele a Jesus, pela associação que a Septuaginta faz deste título com o temo hebraico יהוה (YHWH), que é um dos nomes de Deus.
-"Filho do Homem." Na tradição judaica tardia, a expressão tinha uma forte conotação escatológica.
-"Filho de Deus". No Antigo Testamento, a expressão indica uma relação estreita e indissociável entre Deus e um homem ou uma comunidade humana. No Novo Testamento, o título assume um novo significado, indicando uma filial real.
-"Rei". O atributo da realeza foi relacionada com o Messias, que era considerado um descendente e herdeiro do Rei Davi. Jesus, apesar de se indetificar como o Messias, rejeitou as prerrogativas políticas do título.
Alguns dos seus outros títulos são: Rabi (ou Mestre) Profeta, Sacerdote, Nazareno, Deus, Verbo, Filho de Josée Emanuel.
Além disso, especialmente no Evangelho segundo João, são aplicadas a Jesus expressões alegóricas como: Cordeiro, Cordeiro de Deus, Luz do Mundo, pastor, bom pastor, pão de vida, pão vivente, pão de Deus, porta, Caminho e Verdade.



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PONTOS DE VISTA SOBRE JESUS




Estudiosos têm utilizado o método histórico para desenvolver a provável reconstruções da vida de Jesus. Ao longo dos últimos duzentos anos, a imagem de Jesus entre os estudiosos históricos tem vindo a ser muito diferente da imagem de Jesus baseada nos evangelhos. Alguns estudiosos fazem uma distinção entre Jesus reconstruindo através dos métodos históricos e o Jesus entendido através de um ponto de vista teológico, ao passo que outros estudiosos sustentam que o Jesus teológico representa uma figura histórica. As principais fontes de informação sobre a vida de Jesus e seus ensinamentos são os evangelhos, especialmente os evangelhos sinóticos: Mateus, Marcos e Lucas. Acadêmicos bíblicos e historiadores aceitam a existência histórica de Jesus.
O livro do alsaciano Albert Schweitzer A Busca do Jesus histórico é um esforço pós-iluminista para descrever Jesus usando o método histórico crítico. Desde o final do século XVIII, estudiosos têm analisado os evangelhos e tentado formular abiografia histórica de Jesus. Os esforços contemporâneos tentam melhorar a compreensão do judaísmo do século I, analisando os textos religiosos cristãos e usando os métodos de crítica histórica e sociológica, além da análise literária dos ditos de Jesus.



ÍSLAMISMO



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Ascensão de Jesus numa antiga pintura

Jesus, conhecido em árabe como Isa ou Isa ibn Maryam ("Jesus, filho de Maria"), é um dos principais Profetas do Islã. De acordo com o Alcorão foi um dos profetas mais amados por Deus e, ao contrário do que se passa no cristianismo, não é um ser divino. Existem notáveis diferenças entre o relato dos Evangelhos e a narração do Alcorão da história de Jesus.
A virgindade de Maria é plenamente reconhecida pelo islã. Jesus teria anunciado várias vezes na Bíblia a chegada de Maomé como o último profeta. A morte de Jesus é tratada como complexa, por não reconhecer explicitamente a sua morte e dizer que antes da morte ele foi substituído por outro, dos qual nada é dito, enquanto Jesus ascende ao céu e ludibria os judeus. A morte ignominiosa de Jesus não está coberta, porém, afirma-se o seu regresso no dia do Juízo Final e a descoberta, nesse dia, de que a obra de Jesus era verdadeira.
O Alcorão rejeita a trindade, considerada falsa, e se refere a Jesus como "Verbo de Deus", mas não o filho dele.



JUDAÍSMO


O judaísmo acredita que a idéia de Jesus ser Deus, ou parte de uma trindade, ou um mediador de Deus, é heresia. O judaísmo também sustenta que Jesus não é o messias argumentando que ele não cumpriu as profecias messiânicas da Tanakh nem encarna as qualificações pessoais do Messias. O judaísmo afirma que Jesus não cumpriu as exigências estabelecidas pela Torá para provar que ele era um profeta. E mesmo que Jesus tivesse produzido um sinal que fosse reconhecido pelo judaísmo, afirma-se que nenhum profeta poderia contradizer as leis já mencionado na Torá, que os rabinos afirmam que Jesus fez.
O Mishneh Torá, escrita por Maimônides (ou Rambam), considerado uma das obras da lei judaica, diz que "Jesus é um"obstáculo" quem faz "a maioria do mundo errar para servir a uma divindade além de Deus". De acordo com o judaísmo conservador, os judeus que acreditam que Jesus é o Messias "cruzaram a linha" para fora da comunidade judaica. E quanto ao Judaísmo reformista, o movimento progressista moderno, afirmam: "Para nós, da comunidade judaica alguém que afirma que Jesus é seu salvador já não é um judeu e sim um apóstata".




CRISTIANISMO

A figura de Jesus de Nazaré é o centro da religião conhecida como cristã, embora existam diversas interpretações sobre a sua pessoa. De um modo geral, para os cristãos, Jesus de Nazaré é o protagonista de um único ato e intransferível, pelo qual o homem adquire a capacidade de deixar a sua natureza decaída e atingir salvação. Tal ato é consumado com a ressurreição de Jesus. A ressurreição é, portanto, o fato central do cristianismo e constitui sua esperança soteriológica. Como ato, é exclusivo da divindade e indisponível homem. De forma mais precisa, a encarnação, a morte e a ressurreição compensam os três obstáculos que separam, segundo a doutrina cristã, Deus do homem: a natureza, o pecado, e a morte[. Pela Encarnação do Verbo, a natureza divina se faz humana. Pela morte de Cristo, se vence o pecado e por sua ressurreição, a morte.
Historicamente, o núcleo da doutrina cristã foi fixado no Concílio de Nicéia, com a formulação de Credo niceno. Este concílio é reconhecido pelas principais denominações cristãs: católica, ortodoxa e de várias igrejas protestantes. O texto do Credo Niceno que se refere a Jesus é o seguinte:

"Cremos em um só Senhor, Jesus Cristo, Filho Unigênito de Deus, gerado do Pai desde toda a eternidade, Deus de Deus, Luz da Luz, Deus verdadeiro de Deus verdadeiro, gerado, não criado, consubstancial ao Pai; por Ele todas as coisas foram feitas. Por nós e para nossa salvação, desceu dos céus; encarnou por obra do Espírito Santo, no seio da Virgem Maria, e fez-se verdadeiro homem. Por nós foi crucificado sob Pôncio Pilatos; sofreu a morte e foi sepultado. Ressuscitou ao terceiro dia, conforme as Escrituras; subiu aos céus, e está sentado à direita do Pai. De novo há-de vir em glória, para julgar os vivos e os mortos; e o seu reino não terá fim".

Existem, no entanto, igrejas não trinitárias que não reconhecem a existência de uma trindade de pessoas em Deus.
Jesus de Nazaré é também considerado a encarnação e filho de Deus, segunda pessoa da trindade cristã. É por filho por natureza, e não por adoção, o que significa que sua divindade e sua humanidade são inseparáveis. A relação entre a natureza divina e humana foi fixada no Concílio de Calcedónia, nestes termos:

"Fiéis aos santos Pais, todos nós, perfeitamente unânimes, ensinamos que se deve confessar um só e mesmo Filho, nosso Senhor Jesus Cristo, perfeito quanto à divindade, e perfeito quanto à humanidade; verdadeiramente Deus e verdadeiramente homem, constando de alma racional e de corpo, consubstancial com o Pai, segundo a divindade, e consubstancial a nós, segundo a humanidade; em tudo semelhante a nós, excetuando o pecado; gerado segundo a divindade pelo Pai antes de todos os séculos, e nestes últimos dias, segundo a humanidade, por nós e para nossa salvação, nascido da Virgem Maria, mãe de Deus; um e só mesmo Cristo, Filho, Senhor, Unigênito, que se deve confessar, em duas naturezas, inconfundíveis, imutáveis, indivisíveis, inseparáveis; a distinção de naturezas de modo algum é anulada pela união, antes é preservada a propriedade de cada natureza, concorrendo para formar uma só pessoa e em uma subsistência; não separado nem dividido em duas pessoas, mas um só e o mesmo Filho, o Unigênito, Verbo de Deus, o Senhor Jesus Cristo, conforme os profetas desde o princípio acerca dele testemunharam, e o mesmo Senhor Jesus nos ensinou, e o Credo dos santos Pais nos transmitiu."


DENOMINAÇÕES CRISTÃS COM DISCREPÂNCIAS DOUTRINÁRIAS

Existem algumas minorias cristãs que não partilham das definições do Concílio de Nicea, do Concílio de Éfeso e do Concílio de Calcedónia.
Nestorianismo: variante doutrinal inspirada pelo pensamento de Nestório, que possui uma denominação ativa hoje (a Igreja Assíria do Oriente) e é endossada por algumas escolas ligadas ao Cristianismo Esotérico, como a Fraternidade Rosacruz de Max Heindel. O centro de sua doutrina é a recusa a acreditar que o Filho de Deus tenha algum dia sido uma criança. Consequentemente, a separação entre as pessoas humana e divina de Jesus. Foi rejeitado pelo Concílio de Éfeso.
Monofisismo: é a variante de uma unificação das duas doutrinas sobre a natureza de Jesus de Nazaré. Afirma que em Cristo existe uma só natureza: a divina. Ele foi promovido pelo Eutiques e rejeitado no Concílio de Calcedónia.



NOVOS MOVIMENTOS RELIGIOSOS DE ORIGEM CRISTÃ


Vários movimentos religiosos cristãos, geralmente protestantes, surgidos a partir da segunda metade do século XIX, se afastaram das crenças da maioria das denominações cristãs no que concerne à trindade divina, a natureza de Cristo e a sua missão. Discute-se se esses movimentos podem ser considerados como cristãos.
A Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias (conhecido como Mórmons) crêem que Jesus oferece duas salvações diferentes: a da morte física e a da morte espiritual.Os mórmons também mantém a crença de que depois da ressurreição Jesus visitou a América e continuou ali seus ensinamentos
As Testemunhas de Jeová consideram Jesus como "filho unigênito", o único a ser criado diretamente por Deus, bem como “o primogênito de toda a criação”, e também como “o primogênito dentre os mortos”, ou seja, o primeiro a ser criado e o primeiro a ser ressuscitado dentre os mortos para a imortalidade. Ele não é um homem nem o Deus onipotente, mas "uma poderosa criatura espiritual" e um "rei entronizado, cujo sangue derramado abre o caminho para a humanidade obter a vida eterna". Além disto, Jesus não faz parte de uma trindade, nem foi ressuscitado por si próprio, mas Deus o levantou dos mortos. As Testemunhas de Jeová afirmam que Jesus não morreu numa cruz, mas numa estaca de tortura, portanto, não usam a cruz ou qualquer outro símbolo. Outra característica importante é que Jesus se tornou rei do céu em 1914 e que desde então vivemos na período da Segunda vinda de Cristo. O arcanjo Miguel é considerado o próprio Jesus Cristo na sua posição celestial.
A Igreja Adventista do Sétimo Dia enfatiza, como a maioria dos grupos adventistas, uma escatologia milenarista e acredita que a segunda vinda de Jesus é iminente e que será visível e palpável. Outros movimentos se afastam muito das crenças cristãs, como alguns que negam terminantemente a divindade de Jesus e a sua missão de salvação.



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NOVO TESTAMENTO


Grande parte do que é conhecido sobre a vida e os ensinamentos de Jesus é contado pelos Evangelhos canônicos: Evangelhos de Mateus, Marcos, Lucas e João, pertencentes ao Novo Testamento da Bíblia. Os Evangelhos Apócrifos apresentam também alguns relatos relacionados a Jesus.
Esses Evangelhos narram os fatos mais importantes da vida de Jesus. Os Atos dos Apóstolos contam um pouco do que sucedeu nos 30 anos seguintes. As Epístolas (ou cartas) de Paulo também citam fatos sobre Jesus. Notícias não-cristãs de Jesus e do tempo em que ele viveu encontram-se nos escritos de Josefo, que nasceu no ano 37 d.C.; nos de Plínio, o Moço, que escreveu por volta do ano 112; nos de Tácito, que escreveu por volta de 117; e nos de Suetônio, que escreveu por volta do ano 120.





SÍNOPSE DOS PRINCIPAIS EVENTOS DA VIDA DE JESUS

Mateus

Marcos

Lucas

João

Outros textos

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Prólogo teológico (João 1:1-18)

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Genealogia de Jesus (Mateus 1:-17)

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Genealogia de Jesus (Lucas 3:23-38)

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Anunciação a José (Mateus 1:18-25)

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Anunciação a Maria (Lucas 1:26-38)

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Preparativos para o nascimento (Mateus 1:25-2:1)

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Nascimento (Lucas 2:1-20)

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Epifania (Mateus 2:1-12)

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Circuncisão e Apresentação no templo (Lucas 2:22-39)

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Fuga para o Egito e
Massacre dos bebês por Herodes (Mateus 2:13-23)

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Jesus no templo (Lucas 2:41-50)

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Batismo de Jesus e
tentação no deserto
(Mateus 3:13-4:11)

Batismo de Jesus e
tentação no deserto
(Marcos 1:9-13)

Batismo de Jesus e
tentação no deserto
(Lucas 2:21-22 e Lucas 4:1-13)

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Ministério público
com algumas perícopes
(Mateus 4:12-20,34 e Mateus 21:18-25,46)

Ministério público
(Marcos 1:14-10,52 e Marcos 11:20-13,37)

Ministério público
com muitas perícopes
(Lucas 4:14-19,27 e Lucas 20:1-21,38)

Ministério público
com muitas perícopes
(João 1:35-12,50 e João 13:31-17,26)

«Palavras e atos, sinais e maravilhas»
(Romanos 15:18-19)

A entrada em Jerusalém (Mateus 21:1-11)

A entrada em Jerusalém (Marcos 11:1-10)

A entrada em Jerusalém (Lucas 19:29-44)

A entrada em Jerusalém (João 12:12-15)

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Última Ceia e
instituição da Eucaristia (Mateus 26:26-29)

Última Ceia e
instituição da Eucaristia (Marcos 14:22-25)

Última Ceia e
instituição da Eucaristia (Lucas 22:15-20)

Última Ceia e
lavagem dos pés dos discípulos (João 13:1-11)

Última Ceia e
instituição da Eucaristia
(1 Coríntios 11:23-26)

Prisão, Julgamento e Crucificação de Jesus (Mateus 26:30-27:66)

Prisão, Julgamento e Crucificação de Jesus (Marcos 14:32-15:47)

Prisão, Julgamento e Crucificação de Jesus (Lucas 22:39-23:56)

Prisão, Julgamento e Crucificação de Jesus (João 18:1-19:42)

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Ressurreição e aparições (Mateus 28:1-20)

Ressurreição e aparições (Marcos 16:1-20)

Ressurreição e aparições (Lucas 24:1-49)

Ressurreição e aparições (João 20:1-31)

Aparições em outros textos de Novo Testamento

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Aparições na Galiléia (João 21:1-25)

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Ascensão de Jesus (Marcos 16:19)

Ascensão de Jesus (Lucas 24:50-53)

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Ascensão de Jesus (Atos 1:6-11)




GENELOGIA



A anunciação do Anjo Gabriel a Maria, por Leonardo da Vinci, 1475

Há duas apresentações nos Evangelhos sobre a genealogia de Jesus. Uma delas está logo no começo do livro de Mateus (Mateus 1:1-17) e se refere à linhagem real de Jesus por intermédio de José, apresentando-o como descendente do Rei Davi. A outra encontra-se registrada por Lucas (Lucas 3:23-38) e fala da linhagem de Maria, que também descende de Davi.
Mateus menciona sinteticamente um total de 46 antepassados que teriam vivido até uns dois mil anos antes de Jesus, começando por Abraão. Em seu relato, o apóstolo cita não somente heróis da fé, mas também menciona os nomes das mulheres estrangeiras que fizeram parte da genealogia tanto de Jesus quanto de Davi, que no caso foram Rute, Raabe e Tamar. Também não omite os nomes dos perversos Manassés e Abias, ou de pessoas que não alcançaram destaque nas Escrituras judaicas. Divide então a genealogia de Jesus em três grupos de catorze gerações: de Abraão até Davi, de Davi até o cativeiro babilônico, ocorrido em 586 a.C., e do exílio judaico até Jesus.
Lucas, por sua vez, aborda a genealogia de Jesus a partir de sua mãe, retrocedendo continuamente até Adão, talvez com o objetivo de mostrar o lado humano de Jesus. E, superando Mateus, Lucas fornece um número maior de antepassados de Jesus.



NASCIMENTO



A adoração de Cristo, Fra Angélico e Filippo Lippi, National Gallery of Art, Washington


De acordo com o relato de Lucas, na época do rei Herodes o sacerdote Zacarias, esposo de Isabel — ambos já de idade avançada —, recebeu a promessa do nascimento de João Baptista através do anjo Gabriel.
No sexto mês da gestação de Isabel, o mesmo anjo Gabriel aparece a Maria na cidade de Nazaré, a qual era virgem e noiva de José, e anuncia que ela viria a conceber do Espírito Santo e que daria ao seu filho o nome de Jesus. Mateus traz a informação de que José, ao saber que sua noiva estava grávida, não teria compreendido inicialmente que Maria recebera a missão de conceber o Messias e se afastou dela. Mas em sonho, um anjo o revelou a vontade de Deus, e aceitando-a, recebeu Maria como esposa.
Segundo Mateus, o imperador Otávio Augusto teria promovido um recenseamento de todos os habitantes do Império, tendo estes que se alistar em suas respectivas cidades. José, por ser da cidade de Belém, teria levado Maria até esta cidade. Chegando ao local de destino, por não terem encontrado hospedagem, Jesus nasce em uma manjedoura. Segundo Lucas, os pastores da região, avisados por um anjo, vieram até o local do nascimento de Jesus.
Completados os oito dias que determinava a tradição judaica, Jesus foi apresentado ao templo por sua família para ser circuncidado, quando foi abençoado por Simeão e Ana.
Segundo o relato do evangelista Mateus, Jesus teria recebido a visita dos magos do oriente, os quais, segundo a tradição natalina, seriam três reis da Pérsia. Os magos teriam chegado a Jerusalém seguindo a trajetória de uma estrela que anunciaria a vinda do Messias ao mundo. E, ao encontrarem Jesus numa casa com Maria, adoraram lhe e ofertaram ouro, incenso e mirra representando, respectivamente, a sua realeza, a sua divindade e a sua imortalidade. Por causa desta visita Herodes teria se decidido a matar aquele que lhe iria tomar o trono. Tal notícia teria chegado a José, que então foge com Maria e o menino para o Egito. Jesus e sua família teriam permanecido no Egito até a morte de Herodes, quando então José, após ser avisado por um anjo em seus sonhos, retorna para a cidade de Nazaré.



INFÂNCIA E JUVENTUDE



John Everett Millais, Gesù nella casa dei suoi genitori, 1850.


Pouco sabem os historiadores sobre a infância de Jesus. Conforme o Evangelho de Mateus, Jesus teria passado o começo de sua infância no Egito até a morte do rei Herodes, que queria matá-lo.
Em virtude da lacuna deixada pelos Evangelhos Canônicos, o pouco que se sabe da infância de Jesus provém de um relato sobre sua vida dos cinco aos doze anos, feita por Tomé, filósofo israelita do século I, conhecido como "A Infância do Senhor Jesus", também denominado como o Evangelho do Pseudo-Tomé, um antigo manuscrito apócrifo escrito em Siríaco. Porém é conveniente salientar que tais fontes têm sua autenticidade contestada, e em alguns casos é notória a influência do pensamento de grupos religiosos dos século II ao IV, diversos das raízes tradicionais cristãs.
Em umas das poucas referências canônicas à juventude de Jesus, Lucas diz que, aos 12 anos, ele foi com os pais de Nazaré a Jerusalém, para a festa de Pessach, a Páscoa judaica, e lá surpreendeu os doutores do Templo pela facilidade com que aprendia os ensinos, e por suas perguntas intrigantes.




BATISMO E TENTAÇÃO



Tentação de Cristo por Ary Scheffer, pintura do século XIX.


Todos os três Evangelhos sinóticos descrevem o batismo de Jesus por João Batista, e este evento é descrito pelos eruditos bíblicos como o início do ministério público de Jesus. De acordo com as fontes canônicas, Jesus foi para o rio Jordão onde João Batista estava pregando e batizando as pessoas.
Mateus descreve que João estava hesitante em atender o pedido de Jesus para ser batizado, alegando que ele é quem deveria ser batizado por Jesus. Mas Jesus insistiu,
"Consente agora; porque assim nos convém cumprir toda a justiça." (Mateus 3:15). Depois que Jesus foi batizado e saiu da água, Marcos afirma que Jesus "viu os céus se abrirem, e o Espírito, qual pomba, a descer sobre ele. e ouviu-se dos céus esta voz: Tu és meu Filho amado; em ti me comprazo." (Marcos 1:10–11).
O Evangelho de João não descreve o batismo e nem se refere a João como "o Batista" mas ele atesta que Jesus é aquele sobre quem João tinha pregado — o Filho de Deus.
Após o seu batismo, Jesus foi "guiado pelo Espírito" para o deserto, onde jejuou durante quarenta dias e quarenta noites. Durante esse tempo, o diabo lhe apareceu e o tentou por três vezes. Em cada uma das vezes, Jesus rejeitou as tentações respondendo com uma citação das escrituras. Em seguida o diabo se foi e os anjos vieram para cuidar de Jesus.



MINISTÉRIO


O Sermão da Montanha, Carl Heinrich Bloch, Copenhagen, séc. XIX.



Os evangelhos narram que Jesus veio ao mundo para anunciar a salvação e as Bem-aventuranças à humanidade. Durante o seu ministério, é dito que Jesus fez vários milagres, como andar sobre a água, transformar água em vinho, várias curas, exorcismos e ressuscitação de mortos (como Lázaro).
O evangelho de João descreve três Pessachs durante o ministério de Jesus, e isso implica dizer que Jesus pregou por pelo menos dois anos e um mês, apesar de algumas interpretações dos evangelhos sinóticos sugerirem um período de apenas um ano. Jesus desenvolveu seu ministério principalmente na Galiléia, tendo feito de Cafarnaum uma de suas bases evangelísticas e se deslocando várias vezes a Tiberíades pelo Mar da Galiléia. Esteve também em cidades como Samaria, na Judéia e sobretudo em Jerusalém logo antes de sua crucificação. Esteve em outros lugares de Israel, chegando a passar brevemente por Tiro e por Sidom, cidades da Fenícia.



MANDAMENTOS

Os principais temas da pregação de Jesus eram o anúncio do Reino de Deus, do perdão divino dos pecados e do amor de Deus. Expostos, entre outros, no Pai-Nosso, nas Bem-aventuranças e na chamada regra de ouro, na qual Jesus resume "toda a Lei e os Profetas" do Antigo Testamento em dois mandamentos,  a saber:
"Amar a Deus de todo coração, de toda alma e de todo espírito e ao próximo como a ti mesmo"(Mateus 22:37-39).
Além destes ensinamentos, alguns dos quais eram recorrentes nos pregadores da época, Jesus ensinou um novo, considerado por alguns radical, mandamento: "amai-vos uns aos outros, como Eu vos amo" (João 15:10) . Este mandamento é considerado o fundamento de todos os outros mandamentos e ensinamentos dos cristãos e, para alguns, também de toda a Revelação divina.



A TRANSFIGURAÇÃO

De acordo com os evangelhos sinóticos, Jesus levou três dos seus apóstolos — Pedro, João e Tiago — a um monte para orar. Enquanto lá estavam, Jesus foi transfigurado diante deles. Segundo o relato do evangelista Lucas, seu rosto brilhava como o sol e as suas roupas resplandeciam, então Elias e Moisés apareceram e conversavam com ele. Uma nuvem brilhante os cercou, e uma voz vinda do céu disse:
"Este é o meu Filho amado, de quem me comprazo, a ele ouvi". Os evangelhos também afirmam que até o final de seu ministério, Jesus começou a alertar seus discípulos de sua morte e ressurreição futura .



O SERMÃO DA MONTANHA





MARCOS (capítulo 5)

1 Jesus, pois, vendo as multidões, subiu ao monte; e, tendo se assentado, aproximaram-se os seus discípulos,
2 e ele se pôs a ensiná-los, dizendo:
3 Bem-aventurados os humildes de espírito, porque deles é o reino dos céus.
4 Bem-aventurados os que choram, porque eles serão consolados.
5 Bem-aventurados os mansos, porque eles herdarão a terra.
6 Bem-aventurados os que têm fome e sede de justiça porque eles serão fartos.
7 Bem-aventurados os misericordiosos, porque eles alcançarão misericórdia.
8 Bem-aventurados os limpos de coração, porque eles verão a Deus.
9 Bem-aventurados os pacificadores, porque eles serão chamados filhos de Deus.
10 Bem-aventurados os que são perseguidos por causa da justiça, porque deles é o reino dos céus.
11 Bem-aventurados sois vós, quando vos injuriarem e perseguiram e, mentindo, disserem todo mal contra vós por minha causa.
12 Alegrai-vos e exultai, porque é grande o vosso galardão nos céus; porque assim perseguiram aos profetas que foram antes de vós.
13 Vós sois o sal da terra; mas se o sal se tornar insípido, com que se há de restaurar-lhe o sabor? para nada mais presta, senão para ser lançado fora, e ser pisado pelos homens.
14 Vós sois a luz do mundo. Não se pode esconder uma cidade situada sobre um monte;
15 nem os que acendem uma candeia a colocam debaixo do alqueire, mas no velador, e assim ilumina a todos que estão na casa.
16 Assim resplandeça a vossa luz diante dos homens, para que vejam as vossas boas obras, e glorifiquem a vosso Pai, que está nos céus.
17 Não penseis que vim destruir a lei ou os profetas; não vim destruir, mas cumprir.
18 Porque em verdade vos digo que, até que o céu e a terra passem, de modo nenhum passará da lei um só i ou um só til, até que tudo seja cumprido.
19 Qualquer, pois, que violar um destes mandamentos, por menor que seja, e assim ensinar aos homens, será chamado o menor no reino dos céus; aquele, porém, que os cumprir e ensinar será chamado grande no reino dos céus.
20 Pois eu vos digo que, se a vossa justiça não exceder a dos escribas e fariseus, de modo nenhum entrareis no reino dos céus.
21 Ouvistes que foi dito aos antigos: Não matarás; e, Quem matar será réu de juízo.
22 Eu, porém, vos digo que todo aquele que se encolerizar contra seu irmão, será réu de juízo; e quem disser a seu irmão: Raca, será réu diante do sinédrio; e quem lhe disser: Tolo, será réu do fogo do inferno.
23 Portanto, se estiveres apresentando a tua oferta no altar, e aí te lembrares de que teu irmão tem alguma coisa contra ti,
24 deixa ali diante do altar a tua oferta, e vai conciliar-te primeiro com teu irmão, e depois vem apresentar a tua oferta.
25 Concilia-te depressa com o teu adversário, enquanto estás no caminho com ele; para que não aconteça que o adversário te entregue ao guarda, e sejas lançado na prisão.
26 Em verdade te digo que de maneira nenhuma sairás dali enquanto não pagares o último ceitil.
27 Ouvistes que foi dito: Não adulterarás.
28 Eu, porém, vos digo que todo aquele que olhar para uma mulher para a cobiçar, já em seu coração cometeu adultério com ela.
29 Se o teu olho direito te faz tropeçar, arranca-o e lança-o de ti; pois te é melhor que se perca um dos teus membros do que seja todo o teu corpo lançado no inferno.
30 E, se a tua mão direita te faz tropeçar, corta-a e lança-a de ti; pois te é melhor que se perca um dos teus membros do que vá todo o teu corpo para o inferno.
31 Também foi dito: Quem repudiar sua mulher, dê-lhe carta de divórcio.
32 Eu, porém, vos digo que todo aquele que repudia sua mulher, a não ser por causa de infidelidade, a faz adúltera; e quem casar com a repudiada, comete adultério.
33 Outrossim, ouvistes que foi dito aos antigos: Não jurarás falso, mas cumprirás para com o Senhor os teus juramentos.
34 Eu, porém, vos digo que de maneira nenhuma jureis; nem pelo céu, porque é o trono de Deus;
35 nem pela terra, porque é o escabelo de seus pés; nem por Jerusalém, porque é a cidade do grande Rei;
36 nem jures pela tua cabeça, porque não podes tornar um só cabelo branco ou preto.
37 Seja, porém, o vosso falar: Sim, sim; não, não; pois o que passa daí, vem do Maligno.
38 Ouvistes que foi dito: Olho por olho, e dente por dente.
39 Eu, porém, vos digo que não resistais ao homem mau; mas a qualquer que te bater na face direita, oferece-lhe também a outra;
40 e ao que quiser pleitear contigo, e tirar-te a túnica, larga-lhe também a capa;
41 e, se qualquer te obrigar a caminhar mil passos, vai com ele dois mil.
42 Dá a quem te pedir, e não voltes as costas ao que quiser que lhe emprestes.
43 Ouvistes que foi dito: Amarás ao teu próximo, e odiarás ao teu inimigo.
44 Eu, porém, vos digo: Amai aos vossos inimigos, e orai pelos que vos perseguem;
45 para que vos torneis filhos do vosso Pai que está nos céus; porque ele faz nascer o seu sol sobre maus e bons, e faz chover sobre justos e injustos.
46 Pois, se amardes aos que vos amam, que recompensa tereis? não fazem os publicanos também o mesmo?
47 E, se saudardes somente os vossos irmãos, que fazeis demais? não fazem os gentios também o mesmo?
48 Sede vós, pois, perfeitos, como é perfeito o vosso Pai celestial.



LUCAS(capítulo 6)

20 Então, levantando ele os olhos para os seus discípulos, dizia: Bem-aventurados vós, os pobres, porque vosso é o reino de Deus.
21 Bem-aventurados vós, que agora tendes fome, porque sereis fartos. Bem-aventurados vós, que agora chorais, porque haveis de rir.
22 Bem-aventurados sereis quando os homens vos odiarem, e quando vos expulsarem da sua companhia, e vos injuriarem, e rejeitarem o vosso nome como indigno, por causa do Filho do homem.
23 Regozijai-vos nesse dia e exultai, porque eis que é grande o vosso galardão no céu; pois assim faziam os seus pais aos profetas.
24 Mas ai de vós que sois ricos! porque já recebestes a vossa consolação.
25 Ai de vós, os que agora estais fartos! porque tereis fome. Ai de vós, os que agora rides! porque vos lamentareis e chorareis.
26 Ai de vós, quando todos os homens vos louvarem! porque assim faziam os seus pais aos falsos profetas.
27 Mas a vós que ouvis, digo: Amai a vossos inimigos, fazei bem aos que vos odeiam,
28 bendizei aos que vos maldizem, e orai pelos que vos caluniam.
29 Ao que te ferir numa face, oferece-lhe também a outra; e ao que te houver tirado a capa, não lhe negues também a túnica.
30 Dá a todo o que te pedir; e ao que tomar o que é teu, não lho reclames.
31 Assim como quereis que os homens vos façam, do mesmo modo lhes fazei vós também.
32 Se amardes aos que vos amam, que mérito há nisso? Pois também os pecadores amam aos que os amam.
33 E se fizerdes bem aos que vos fazem bem, que mérito há nisso? Também os pecadores fazem o mesmo.
34 E se emprestardes àqueles de quem esperais receber, que mérito há nisso? Também os pecadores emprestam aos pecadores, para receberem outro tanto.
35 Amai, porém a vossos inimigos, fazei bem e emprestai, nunca desanimado; e grande será a vossa recompensa, e sereis filhos do Altíssimo; porque ele é benigno até para com os integrantes e maus.
36 Sede misericordiosos, como também vosso Pai é misericordioso.
37 Não julgueis, e não sereis julgados; não condeneis, e não sereis condenados; perdoai, e sereis perdoados.
38 Dai, e ser-vos-á dado; boa medida, recalcada, sacudida e transbordando vos deitarão no regaço; porque com a mesma medida com que medis, vos medirão a vós.
39 E propôs-lhes também uma parábola: Pode porventura um cego guiar outro cego? não cairão ambos no barranco?
40 Não é o discípulo mais do que o seu mestre; mas todo o que for bem instruído será como o seu mestre.
41 Por que vês o argueiro no olho de teu irmão, e não reparas na trave que está no teu próprio olho?
42 Ou como podes dizer a teu irmão: Irmão, deixa-me tirar o argueiro que está no teu olho, não vendo tu mesmo a trave que está no teu? Hipócrita! tira primeiro a trave do teu olho; e então verás bem para tirar o argueiro que está no olho de teu irmão.
43 Porque não há árvore boa que dê mau fruto nem tampouco árvore má que dê bom fruto.
44 Porque cada árvore se conhece pelo seu próprio fruto; pois dos espinheiros não se colhem figos, nem dos abrolhos se vindimam uvas.
45 O homem bom, do bom tesouro do seu coração tira o bem; e o homem mau, do seu mau tesouro tira o mal; pois do que há em abundância no coração, disso fala a boca.
46 E por que me chamais: Senhor, Senhor, e não fazeis o que eu vos digo?
47 Todo aquele que vem a mim, e ouve as minhas palavras, e as pratica, eu vos mostrarei a quem é semelhante:
48 É semelhante ao homem que, edificando uma casa, cavou, abriu profunda vala, e pôs os alicerces sobre a rocha; e vindo a enchente, bateu com ímpeto a torrente naquela casa, e não a pôde abalar, porque tinha sido bem edificada.
49 Mas o que ouve e não pratica é semelhante a um homem que edificou uma casa sobre terra, sem alicerces, na qual bateu com ímpeto a torrente, e logo caiu; e foi grande a ruína daquela casa.


A PAIXÃO

A ENTRADA TRIUNFAL EM JERUSALÉM

Segundo os quatro evangelhos, Jesus foi com seus seguidores a Jerusalém para celebrar ali a festa da páscoa. Ele entrou na cidade no lombo de um jumento. Foi recebido por uma multidão, que o aclamou como "filho de Davi". Nos evangelhos de Lucas e João, também é chamado de rei.
Segundo Lucas, alguns dos fariseus, ouvindo o clamor da multidão dos discípulos, chegaram a pedir a Jesus que os repreendesse. Jesus então responde aos fariseus dizendo:
"Se eles se calarem, as próprias pedras clamarão" (Lucas 19:40).




CEIA ANTERIOR A CRUCIFICAÇÃO



jesus

A Última Ceia, de Leonardo da Vinci, 1495-1497



Segundo os sinóticos, Jesus celebrou a páscoa com seus apóstolos — evento chamado pela tradição cristã de "A Última Ceia". Durante a comemoração, Jesus predisse que seria traído por um dos seus apóstolos, Judas Iscariotes. Ao servir o pão, ele disse: "Tomai e comei, este é o meu corpo", logo após, pegou um cálice e disse: "bebei todos, este é o meu sangue, o sangue da nova aliança, que será derramado para a remissão dos pecados".
O Evangelho segundo João oferece maiores detalhes sobre os momentos da última ceia entre os capítulos 13 e 17, relatando o momento em que Jesus lavou os pés dos discípulos com água, os diálogos com os apóstolos, os últimos ensinamentos que transmitiu antes de morrer e a oração sacerdotal.




A PRISÃO


Mais tarde, na mesma noite, segundo os sinóticos, Jesus teria ido para o jardim de Getsêmani, na encosta do monte das Oliveiras, em frente ao Templo, para orar. Três discípulos — Pedro, Tiago e João — faziam-lhe companhia.
Judas havia realmente traído Jesus, e o entregou aos sacerdotes e aos anciãos de Jerusalém, que pretendiam prendê-lo, por trinta moedas de prata. Acompanhado por um grupo de homens armados, Judas chegou ao jardim enquanto Jesus orava, para prendê-lo. Ao beijá-lo na face, revelou a identidade de Jesus e este foi preso. Por parte de seus seguidores houve um princípio de resistência, mas depois todos se dipersaram e fugiram.




O JULGAMENTO




Ecce Homo ("Eis o homem"!), Pôncio Pilatos

ao apresentar Jesus Cristo aos judeus.
Obra do pintor italiano Antonio Ciseri (1821-1891)



Os soldados levaram Jesus para a casa do Sumo Sacerdote. A lei judaica não permitia que o Sinédrio, a suprema corte judaica, se reunisse durante o Pessach e condenasse um homem à morte durante a noite. Jesus foi acusado primeiramente de ameaçar destruir o templo, mas as testemunhas entraram em desacordo. Depois, perguntaram a Jesus se ele era o Messias, o Filho de Deus e rei dos judeus. Jesus respondeu que era, e foi então acusado de blasfemar ao dizer-se Deus.
Após isso, os líderes judeus levaram Jesus à presença de Pôncio Pilatos, que então governava a província romana da Judéia. Acusavam-no de estar traindo Roma ao dizer-se rei dos judeus. Como Jesus era galileu, Pilatos enviou-o a Herodes Antipas — filho de Herodes, o Grande — que governava a Galiléia. Lucas conta que Herodes zombou de Jesus, vestindo-o com um manto real, e devolveu-o a Pilatos.
Era de praxe os governantes romanos libertarem um prisioneiro judeu por ocasião do Pessach. Pilatos expôs Jesus e um assassino condenado, de nome Barrabás, na escadaria do palácio, e pediu à multidão que escolhesse qual dos dois deveria ser posto em liberdade. A multidão voltou-se contra Jesus e escolheu Barrabás. Pilatos condenou então Jesus a morrer na cruz. A crucificação era uma forma comum de execução romana, aplicada, em geral, aos criminosos de classes inferiores.




A CRUCIFICAÇÃO



Diego Velázquez, Cristo crucificado, 1631.



Jesus foi vestido com um manto vermelho, puseram-lhe na cabeça uma coroa de espinhos e na mão uma vara de bambu. Os soldados romanos zombavam dele dizendo: "Salve o Rei dos Judeus". A seguir, espancaram-no e cuspiram nele. Forçaram-no a carregar a própria cruz, até um lugar chamado gólgota. Ao vê-lo perder as forças, ordenaram a um homem, de nome Simão Cireneu, que tomasse da cruz e a carregasse durante parte do caminho.
Conduzido para fora da cidade, Jesus foi pregado na cruz pelos soldados romanos. João conta que escreveram no alto da cruz a frase latina "Iesus Nazarenus Rex Iudeorum". Puseram a cruz de Jesus entre as de dois ladrões. Antes de morrer, Jesus exclamou: "Elí, Elí, lemá sabactani" que traduzido seria "Meu Deus, meu Deus, por que me abandonaste?" (Mateus 27:46). Depois de três horas, Jesus morreu. José de Arimatéia e Nicodemos depuseram o seu corpo num túmulo recém-aberto, e o fecharam com uma pedra.




A RESSUREIÇÃO




A ressurreição de Cristo, por Raffaello Sanzio, 1500


Os Evangelhos contam que, no domingo de manhã, Maria Madalena foi bem cedo ao túmulo de Jesus, onde encontrou a pedra fora do lugar e o sepulcro vazio. Depois disso, Jesus apareceu a ela e a Simão Pedro. Dois discípulos viram-no na estrada de Emaús.
Os Evangelhos dizem que os onze apóstolos fiéis encontraram-se com ele, primeiro em Jerusalém e depois na Galiléia onde chegou a ser visto por algumas centenas de pessoas. Porém, é o relato de Mateus que mais oferece detalhes sobre os acontecimentos que envolveram o momento da ressurreição.
Segundo o Evangelho de Mateus, a ressurreição de Jesus teria sido precedida de um grande terremoto em razão da remoção da pedra que estava na entrada do sepulcro:

“E eis que houve um grande terremoto; porque um anjo do Senhor desceu do céu, chegou-se, removeu a pedra e assentou-se sobre ela. O seu aspecto era como um relâmpago, e a sua veste, alva como a neve. E os guardas tremeram espavoridos e ficaram como se estivessem mortos.”  (Mateus, 28:2-4)

Nesta mesma fonte histórica, isto é, no Evangelho de Mateus, é informado também que os líderes judeus da época teriam subornado os guardas para que contassem uma versão diferente, ou seja, que os discípulos teriam levado o corpo de Jesus enquanto os vigias estivessem dormindo.
Além dos quatro Evangelhos e do livro de Atos dos Apóstolos, há outras fontes que falam da ressurreição de Jesus. Uma delas, também encontrada no Novo Testamento bíblico, seria um breve relato de Paulo nos versos de 3 a 8 do capítulo 15 em sua primeira epístola aos coríntios, escrita por volta do ano 55 da era cristã, onde o apóstolo menciona duas outras aparições de Jesus após a sua ressurreição, não registradas nos Evangelhos. Numa delas, Jesus teria sido visto por mais de quinhentas pessoas. Na outra ocasião, teria aparecido ao seu parente Tiago, o qual, após esta experiência, teria se tornado um seguidor e líder da Igreja de Jerusalém, escrevendo ainda um dos livros do Novo Testamento.




A ASCENÇÃO


Ascensão de Cristo, 1510-20.



A ascensão de Jesus é relatada nos Evangelhos de Marcos e de Lucas, além de constar no começo do livro de Atos dos Apóstolos, o qual também foi escrito por Lucas.
Em Atos, Lucas narra que Jesus, após ressuscitar, apareceu durante quarenta dias aos apóstolos, passando-lhes ensinamentos e confirmando que receberiam o Espírito Santo. Prossegue o evangelista informando que, após esses dias, Jesus foi elevado às alturas até ser encoberto por uma nuvem.
Marcos, em seu resumido Evangelho, apenas comenta que Jesus, depois de ter falado aos seus discípulos, foi recebido nos céus e se assentou à direita de Deus. É Lucas quem dá mais detalhes sobre esse momento, informando ter sido em Betânia que Jesus se despediu de seus discípulos, abençoando-os enquanto era elevado para o céu (Lucas 24:50-52).Por sua vez, em Atos, o seu segundo livro, Lucas relata que, durante a ascensão de Jesus, os discípulos permaneceram olhando para o céu até que tiveram a visão de dois anjos que lhe indagaram sobre aquela atitude, os quais teriam proferido as seguintes palavras:

Varões galileus, por que estais olhando para as alturas? Este Jesus que dentre vós foi assunto ao céu virá do modo como o vistes subir” ( Atos, 1:11)

Diferente da ocasião da dramática morte de Jesus na cruz, Lucas diz que os discípulos não ficaram entristecidos com a aparente separação ocorrida na ascensão, mas retornaram felizes para Jerusalém.
Já nos Evangelhos escritos pelos apóstolos Mateus e João, não há nenhuma descrição sobre a ascensão de Jesus. Em Mateus, por exemplo, o texto termina na segunda parte do seu último verso com a frase de que Jesus permanecerá todos os dias com os seus discípulos até o fim do mundo (Mateus 28:20).
Mesmo depois da ascensão, as obras que compõem o Novo Testamento bíblico trazem outros relatos de aparições de Jesus, como ocorre na conversão de Saulo e também na visão de João quando o apóstolo é arrebatado aos céus durante sua prisão em Patmos e recebe a missão de escrever o Apocalipse.



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SUPOSTAS RELÍQUIAS DE JESUS


Detalhes do Sudário: A esquerda o retrato real,

a direita um negativo em preto e branco.



Segundo a tradição católica e ortodoxa, que não foi aceita pelos protestantes, existem muitas relíquias atribuídas a Jesus. É provável que muitas (se não todas) dessas relíquias sejam falsificações medievais.
Na contemporaneidade, a mais conhecida, estudada e discutida relíquia de Jesus é o Sudário (σινδών, sindón, que significa "pano" em grego), atualmente armazenados em Turim e de posse pessoal do Papa. Segundo a tradição, é o pano em que estava envolto o corpo de Jesus no túmulo. O tecido é de linho e mede 442 x 113cm. Apresenta uma dupla imagem (frente e verso) de um homem com barba, bigode e cabelos compridos, ostentando as marcas no corpo correspondente à descrição da paixão: marcas de flagelação, a corroa de espinhos, mãos e pés perfurados por pregos e a ferida por lança ao lado. O quadro não é uma pintura, mas o resultado de um gradual amarelecimento da fibra têxtil - como se fosse um negativo de um filme fotográfico. Na parte mais profunda das feridas há vestígios de sangue tipo AB.
As outras relíquias atribuídas a Jesus são os supostos restos do corpo de Jesus (incluindo vários traços de sangue, uma costela e os restos da circuncisão de Jesus - o Santo prepúcio) e os objetos com os quais ele entrou em contato, como as lascas da cruz (uma das quais, provavelmente original encontra-se no Obelisco do Vaticano), a coroa com espinhos, a lança que o perfurou, o título que foi pregado à cruz e taça que ele teria usado na última ceia (o Santo Graal).



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JESUS NA FICÇÃO E NA ARTE



Cristo Pantocrator, mosaico. Catedral de Cefalù.




A ARTE

Num primeiro momento, a arte do cristianismo evitou representar Jesus em forma humana, preferindo invocar sua figura através de símbolos, tais como o monograma formado pelas letras gregas Χ y Ρ, iniciais do nome grego Χριστός (Cristo), a união as vezes de Α y Ω, primeira e última letras, respectivamente, do alfabeto grego, para indicar que Cristo é o princípio e o fim; o símbolo do peixe em grego (ΙΧΘΥΣ, «ikhtus», acróstico deἸησοῦς Χριστός, Θεοῦ Υἱός, Σωτήρ (Iesous Khristos Theos uios Soter; "Jesus Cristo Filho de Deus Salvador"). Ele também já foi representado como um cordeiro(o Cordeiro de Deus); e também em símbolos antropomórficos, como o Bom Pastor.
Mais tarde apareceram representações de Cristo, primeiro representado como um jovem, e a partir do século IV foi representado quase exclusivamente com barba. Na arte bizantina se tornou habitual uma série de representações de Jesus. Algumas das quais com a imagem do Pantocrator, que tiveram um grande sucesso na Europa medieval.




NA LITERATURA

Desde finais do século XIX, inúmeros autores de obras literários têm dado sua interpretação pessoal da vida de Jesus. Entre as obras mais destacadas que trataram do tema podemos citar:

Mikhail Bulgakov: O Mestre e Margarida (escrito entre 1928 e 1940, publicado em 1967).

Robert Graves: Rei Jesus (1947).

Níkos Kazantzákis: Cristo Crucificado(1948) e A Última Tentação de Cristo (1951), no qual se basearia Martin Scorsese para filmar o filme homônimo.

Fulton Oursler: A Maior História Jamais Contada (1949). No qual se baseou o filme de George Stevens.

José Saramago: O Evangelho segundo Jesus Cristo (1991).

Norman Mailer: O Evangelho segundo o Filho (1997).

Fernando Sánchez Dragó: Carta de Jesus ao Papa (2001).
O mistério da vida de Jesus também é tema de algumas obras da literatura comercial, às vezes em gêneros como a ficção ou o romance de mistério.

Mirza Ghulam Ahmad: Jesus na Índia 1899

Juan José Benítez: Operação Cavalo de Tróia (1984-2006; saga de vários volumes).

Dan Brown: O Código da Vinci (2003)




NO CINEMA

A vida de Jesus de acordo com os relatos do Novo Testamento e normalmente sob um ponto de vista cristão, tem sido frequente. De fato, Jesus de Nazaré é um dos personagens mais interpretados no cinema. O primeiro filme sobre a vida de Jesus foi La vie et la passion de Jésus-Christ de Georges Hatot y Louis Lumière. No cinema mudo, o filme que mais se destacou foi O Rei dos Reis (1927) de Cecil B. DeMille.
O tema foi abordado em diversas ocasiões, e de diversos pontos de vista: Desde a grandiosa produção de Hollywood O Rei dos Reis (Nicholas Ray, 1961) até as visões mais austeras de cineastas como Pier Paolo Pasolini (Il vangelo secondo Matteo, 1964). Também deram sua interpretação pessoal à figura de Jesus autores como Buñuel (Nazarín, 1958), y Dreyer (Ordet, 1954).
Alguns dos filmes mais recentes sobre a vida de Jesus não estão isentos de polêmicas. É o caso de A Última Tentação deCristo(1988), de Martin Scorsese, baseado no romance homônimo de Nikos Kazantzakis, muito criticado por sua interpretação pouco ortodoxa de Jesus. O filme de Mel Gibson, A Paixão de Cristo (2004) recebeu a aprovação de vários setores do Cristianismo, mas foi considerado anti-semita por alguns membros da comunidade judaica.
A personagem Jesus tem sido tratado no cinema de vários ângulos. Não faltam, por exemplo, interpretações satíricas da figura do criador do cristianismo, como A Vida de Brian (Terry Jones, 1979). Musicais, como o célebre Jesus Cristo Superstar (Norman Jewison, 1973), e também filmes de animação, como The Miracle Maker (Derek W. Hayes y Stanislav Sokolov, 2000).




NO TEATRO

A vida de Jesus também tem sido levada aos palcos da Broadway e a outras partes do mundo através dos musicais. Entre as representações líricas da vida e da obra de Jesus pode-se destacar o popular musical Jesus Cristo Superstar, uma ópera de rock com músicas de Andrew Lloyd Webber e arranjos de Tim Rice, representada pela primeira vez em 1970, e que posteriormente viria a se espalhar pelo resto do planeta. Também se destaca a peça Godspell, com música de Stephen Schartz e arranjos de John-Michael Tebelak, que foi encenada pela primeira vez também em 1970.



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JESUS E OS APÓSTOLOS




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Jesus e Apóstolos
(A última ceia, de Leonardo da Vinci)



JESUS - o Líder. Inegavelmente Jesus exerceu todas as características de um verdadeiro líderO que é afinal um líder ? Líder é aquele que tem a habilidade de, sem imposições diante de um grupo, levar cada membro- individualmente - a realizar-se e realizar ações de interesse do grupo, da comunidade e daquele ao qual serve. Contudo, o verdadeiro líder é aquele que serve. Jesus nos mostra seu conhecimento de liderança ao dizer : " Eu vim para servir e não para ser servido."Sua capacidade de liderança era tão forte que bastava dizer àqueles que encontrava : "Segue-me" e era atendido. É claro que podemos argumentar que alguns não o fizeram, mas "mas muitos são chamados e poucos os escolhidos " e, portanto, aqueles que atenderam ao chamamento realmente eram os escolhidos.Os apóstolos não foram escolhidos por possuirem capacidade intelectual e conhecimentos extraordinários, mas por serem homens de personalidades diferentes, cada um com um papel determinado a exercer na difusão do Evangelho.



OS DOZE APÓSTOLOS

PEDRO -Irmão do Apóstolo André, era um pescador no mar da Galiléia, mais precisamente da cidade de Cafarnaun. Seu nome era Simão, mas recebeu de Jesus o sobrenome de Pedro ou Cefas, que significa pedra em grego e hebraico, respectivamente. Junto com os irmãos Tiago e João Evangelista, fez parte do círculo íntimo de Jesus entre os doze, participando dos mais importante milagres do Mestre sobre a terra.
Como Jesus predissera, antes do galo cantar, Pedro nega por três vezes que seria Apóstolo de Jesus. Depois da morte de Jesus, despontou como líder dos Apóstolos, aparecendo em destaque em todas as narrativas evangélicas. Exerceu autoridade na recém-nascida comunidade Cristã, apoiou a iniciativa de Paulo de Tarso de incluir os não judeus na fé cristã, sem obrigá-los a participarem dos rituais de iniciação judaica.
É tido como fundador da Igreja Cristã em Roma, considerado pela Igreja Católica como o primeiro Papa.
Foi morto em Roma no ano de 64 D.C., na perseguição feita por Nero aos cristãos, crucificado de cabeça para baixo, conforme a sua vontade, pois não se achava digno de morrer como Jesus.


ANDRÉ- Natural de Betsaida, na Galiléia, foi o primeiro dos doze a ser chamado por Jesus. Como seu irmão de Pedro e também pescador. Antes de seguir o Mestre, era discípulo de João Batista, que o mandou junto com João (que viria a ser conhecido como João Evangelista), seguir Jesus.
A tradição indica que pregou o Evangelho em terras distantes , e que teria morrido em uma cruz em forma de X em Acaia,na Grécia, de onde o seu corpo foi levado para Constantinopla, tornando-se padroeiro desta cidade.


JOÃO EVANGELISTA -Filho de Zebedeu e irmão de Tiago, o Maior(quer dizer o mais velho, para diferenciar de Tiago Menor- o mais jovem), que junto com este e mais Pedro participaram do círculo mais íntimo junto a Jesus.João é o autor do Quarto Evangelho, de três Epístolas aos cristãos em geral e do Livro do Apocalipse. O seu Evangelho difere dos outros três que são chamados sinóticos ou semelhantes. A narrativa de João enfoca mais o aspecto espiritual de Jesus.
João é considerado "o discípulo amado" e era muito jovem na época da vida do Mestre, e na crucificação Jesus entregou a João a tarefa de cuidar de Maria, demonstrando assim o quanto confiava em João. Note-se que João foi o único apóstolo presente à crucificação.João esteve exilado em Patmos durante o governo de Domiciano, onde escreveu o Apocalipse. Viveu o resto de sua vida em Éfeso, juntamente com Maria, onde teria escrito o Evangelho e as Epístolas., João foi o único apóstolo a falecer de causas naturais, em Éfeso, com iidade muito avançada.


TIAGO MAIOR -Pescador, irmão de João, o Evangelista, filho de Zebedeu, fazia parte do círculo mais íntimo de Jesus. Permaneceu em Jerusalém, junto a Pedro, sendo executado em 43 D.C., por ordem do rei Herodes Agripa, logo depois da morte de Estêvão, diácono grego e exaltado pregador cristão.


TIAGO MENOR - Filho de Alfeu, conhecido também como Zebeu, tornou-se um membro altamente respeitado da recém-nascida comunidade cristã em Jerusalém.Observador da normas judaicas, defendendo que estas normas deveriam fazer parte do Cristianismo. Com isso, tornou-se adversário de Paulo de Tarso nesta questão, mas também foi conciliador e um pregador fervoroso do ensino de Jesus. Foi martirizado no Templo no ano 62, por instigação do sumo sacerdote Anãs II, por se recusar a denunciar os cristãos. Lançado de uma galeria foi morto por espancamento.


MATEUS - Também chamado de Levi, filho de Alfeu. Era publicano, ou cobrador de impostos, classe muito odiada na época de Jesus, por cobrarem impostos dos judeus para serem entregues às autoridade romanas. Escreveu o Primeiro Evangelho, onde dá mais ênfase ao aspecto humano e genealógico de Jesus. Pregou no norte da África depois da morte do Mestre, prosseguindo até a Etiópia, onde foi morto.


FELIPE - Aparece rapidamente nos Evangelhos, não nos deixando muitas informações sobre ele. Diz-se que evangelizou na Ituréia, reunindo-se a André, no mar Negro, sendo morto na Frígia, para onde seguira.


TOMÉ-Também chamado Dídimo ou Gêmeo, era o terceiro apóstolo em idade depois de Pedro. Ficou famoso pelo fato de ter duvidado que Jesus tinha ressuscitado, e disse que só vendo acreditaria. Então, Jesus apareceu para ele e respondeu que muitos não iriam ver e acreditariam. Depois da crucificação, passou a pregar na Pérsia e na Índia, mas seus restos mortais são venerados na Síria.


JUDAS ISCARIOTES - Judas de Kerioth, localidade da Judéia. Dizem as tradições que este apóstolo era designado para cuidar do dinheiro comum, por ser um dos poucos instruídos.
Foi enganado pelos sacerdotes que o induziram a mostrar onde estava Jesus a troco de 30 moedas de prata, prometendo que só o prenderiam durante as festividades da Páscoa Judaica.
Depois que viu a crucificação de Jesus, Judas, amargamente arrependido, jogou as 30 moedas aos pés dos sacerdotes, indo se enforcar. Estes pegaram o dinheiro e compraram um terreno para servir de cemitério aos estrangeiros, sendo posteriormente chamado de Campo do Sangue.


JUDAS TADEU - Também chamado Lebeu Tadeu, é um dos doze citados nominalmente por Mateus e Marcos. Contam as tradições que trabalhou na Mesopotâmia e na Pérsia e foi condenado à morte na Fenícia.


BARTOLOMEU - Também chamado de Natanael no Evangelho de João, evangelizou na Armênia, junto ao Mar Negro, onde, segundo uma lenda posterior, foi esfolado vivo, vindo a morrer.


SIMÃO, O ZELOTE - Era chamado assim porque pertencia a uma seita chamada de "Os Zelotes, ou zeladores", que lutava para a libertação de Israel dos Romanos.


NOTA:

Apóstolo: palavra derivada do grego que significa enviado. Jesus escolheu doze apóstolos e os enviou para diversos lugares para pregarem a chegada da "Boa Nova". Discípulo: palavra derivada do latim que significa aluno. Jesus tinha em uma época de sua vida 70 discípulos, além dos doze apóstolos para ajudá-lo.

Paulo de Tarso não deve ser esquecido, embora não tenha participado do núcleo inicial dos apóstolos de Jesus. Contudo, Paulo é o Apóstolo dos Gentios e graças à sua conversão e pregações, difundiu de maneira inconteste a Doutrina do Mestre.


FONTES: Grupo Espírita Apóstolo Paulo - Livro dos Evangelhos- Emídio Silva F.Brasileiro, Lúmen EditoraVida e Atos dos Apóstolos-Cairbar Schutel, Casa Editora O Clarim.



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O MISTERIOSO EVANGELHO PERDIDO DE JUDAS



FATO OU FICÇÃO DA CO-REDENÇÃO?


J.J. Hurtak, Ph.D., Ph.D.



Eis o relato secreto da revelação que Jesus fez num diálogo com Judas Iscariotes uma semana antes de celebrar a Páscoa... Jesus lhe disse: “Afasta-te dos outros e contar-te-ei os mistérios do reino. Tu tens a capacidade de alcançá-lo, mas padecerás de extremo sofrimento”.


O EVANGELHO DE JUDAS


A provocadora publicação mundial (abril de 2006) dos temas descobertos com a recuperação do Evangelho Perdido de Judas (Iscariotes) não foi surpresa para os que têm trabalhado com os textos cópticos perdidos nos últimos trinta e tantos anos. O Evangelho veio à tona recentemente em Nova York, em fevereiro de 2006, mas foi originalmente descoberto nos anos 70 perto da cidade de El-Minya, ao longo do Rio Nilo mais ou menos 120 quilômetros ao sul do Cairo. Ele está em concordância com o grosso da coletânea de Nag Hammadi que foi paulatinamente publicada por estudiosos em Berlim (na década de 50), na UNESCO e no Instituto de Antiguidades da Califórnia, que fez insinuações sobre afirmações e trabalhos controversos relacionados à vida de Jesus e os seus discípulos.
Com grande argúcia, Marvin Mayers e outros estudiosos contemporâneos mostram o Evangelho de Judas como um documento abertamente contrário aos ensinamentos dos Evangelhos Sinópticos (Mateus, Marcos e Lucas) e ao Evangelho de João, que são os únicos evangelhos no cânone tradicional. Embora ele só tenha vindo à tona recentemente, os estudiosos que primeiro reviram o documento perceberam que haviam recuperado do terceiro século um Evangelho perdido atribuído a Judas Iscariotes, de importância capital. Sabiam da descoberta bombástica que tinham em mãos e da sua imensa relevância: um documento que reavaliava os trechos finais dos Evangelhos ortodoxos do Novo Testamento sobre a paixão, a morte e a ressurreição de Cristo. A mensagem de fundo é a de que Judas teve um entendimento prévio do seu papel na história da crucificação como parte de um ensinamento interno que Jesus lhe havia transmitido sobre o papel cósmico do nascimento e da morte dele (Jesus) segundo a Providência Divina. A atribuição do nome “Judas” a um evangelho cóptico centenas de anos após o evento histórico condiz com a tradição de sabedoria cabalística egípcia e judaica na qual os escritores não costumam dar os seus nomes, mas usam o nome de um sábio ou mensageiro por respeito à tradição maior de ensinamentos.
Eu acabo de retornar de um projeto próximo a Nag Hammadi que em 1945 foi cenário da descoberta de mais de 54 textos cristãos antigos, a maior descoberta de documentos posteriores ao Novo Testamento — o trabalho continua até os dias atuais. Circundada por sítios arqueológicos, Nag Hammadi situa-se no Vale do Alto Nilo, sobre a encosta leste do rio, aproximadamente 30 km ao sul de Ábidos, onde alguns dos maiores templos do mundo antigo honram a Osíris, o deus da cosmologia egípcia que morre e se reergue. Aqui, os escritores e estudiosos cópticos do segundo e terceiro séculos d.C. trabalharam com questões teológicas, psicológicas e cosmológicas sobre a vida e a morte de Jesus de Nazaré na área que se estendia até o norte a Panópolis (“Cidade Global”), a capital do distrito egípcio. Os escombros dos monastérios e as ruínas de templos indicam a intensa vida intelectual de um tempo passado e de uma cristandade nascente que nem era oriental, nem ocidental, e sim, de modo especial, egípcio-africana. Segundo o grande explorador do século dezoito James Bruce, seria nesta área de influência, que se estendia do Egito à Etiópia, que seriam encontradas algumas das maiores obras perdidas do período intertestamental e do posterior ao Novo Testamento, que muitos dos pais da igreja dos primeiros tempos consideravam canônicos ou dignos de estudo.
Há algumas variações pontuais dos fatos entre este Evangelho de Judas perdido e os quatro evangelhos canônicos. Entre as mais importantes que o leitor perceberá estão as seguintes:
1) Judas exerce um papel muito mais próximo de Jesus como integrante de um discipulado interno.
2) Jesus sabia que a importância da sua morte requereria agentes humanos para encenar o drama cósmico e Judas era chave para o evento da morte na qual Jesus trocaria o seu manto de carne por um corpo de luz.
3) O uso da terminologia mística e esotérica como “Barbelo” e “Sophia” é crucial para a linguagem de outros textos cópticos que explicam a verdadeira natureza do mistério da morte e ressurreição de Cristo.
4) A real oposição velada aos ensinamentos de Jesus não era a das autoridades religiosas e políticas romanas e judaicas, mas a das hierarquias angélicas caídas dirigidas por Yaldabaoth e por outros, que usaram os sistemas humanos como joguetes.
5) Há uma fraca distinção entre a Sophia caída ilustrada no Pergaminho de Judas e o princípio feminino de sabedoria superior ilustrado no Antigo Testamento grego e no cristianismo místico do Egito, que afirmam a natureza positiva de Sophia.
6) Do mesmo modo, Saklas, uma inteligência mestre negativa do cosmo maior, é considerado o criador de Adão e Eva.
7) Ambos o Novo Testamento e a Coletânea Genuína de Nag Hammadi enfatizam que Maria Madalena, João e Pedro eram os discípulos mais próximos de Jesus. Os elementos significativos da crônica mais ampla de Jesus na cruz como, por exemplo, a realidade da ressurreição para fora da cruz – a “boa nova” dos “Evangelhos” — são deixados de fora.
8) Também é interessante notar que diferentemente de outros documentos cópticos que reconhecem o destaque atribuído a Maria Madalena, não há qualquer referência ao papel de Maria Madalena ou das proto-mães da Cruz. Talvez isto se deva ao fato de o escrito tender a atribuir maior responsabilidade pela crucificação a um Plano Divino superior de redenção humana. O Evangelho de Judas enfatiza que a Mente Divina que opera através do Cristo designou alguém previamente, Judas Iscariotes, aliviando de alguma forma os judeus e romanos da sua participação no evento cósmico celebrado na Páscoa no mundo inteiro.
Os leitores e estudiosos céticos e de mente aberta precisam fazer uma distinção entre os textos gnósticos cristãos “kosher”, genuínos, que aceitam a morte e a ressurreição de Cristo no contexto das atribuições do Pai Divino (YHWH) e as tradições místicas dos escritos do Antigo e do Novo Testamento. Em suma, os gnósticos cristãos genuínos não eram anti-semitas e assimilaram os grandes padres da igreja africana, Clemente de Alexandria e o grande estudioso da Igreja dos primeiros tempos, Orígenes.
Enquanto do ponto de vista geral a história da condenação e crucificação revelada no Evangelho de Judas segue a dos evangelhos canônicos, ela é bem diferente se vista de perto. O Evangelho de Judas não atinge o objetivo dos documentos cópticos “cristãos” mais plausíveis e minimiza o papel de outros discípulos e do Ofício do Cristo (Hebreus, capítulo 8), que Jesus veio cumprir sem a necessidade de uma intriga específica entre mestre e discípulo. Recomenda-se aos leitores interessados que leiam a coletânea completa dos documentos de Pistis Sophia(cinco volumes) que minha esposa e eu traduzimos e publicamos pela Academia para Ciência Futura a partir dos textos cópticos originais. Lá é explorado em grande detalhe o papel da Trindade de Trindades, do Nome Inefável e de Jesus após a ressurreição, de acordo com os escritos que os discípulos reuniram no Egito.
Para aqueles de vocês que queiram uma descrição mais detalhada com comentários de alguns dos textos e idéias cópticos, por favor, consultem Pistis Sophia: Texto e Comentário para compreender a fé e a sabedoria superior que os antigos cristãos que viviam no Egito revelaram.
J.J. Hurtak, autor de Gnosticismo: Mistério dos Mistérios, e tradutor e expositor de Pistis Sophia: Texto e Comentário, juntamente com a sua esposa Desiree, estudou textos cópticos no Egito e foi consultor do projeto arqueológico que empregou Radar de Penetração de Solo para localizar a tumba de Osíris no Egito em 1997.


Para mais informações:
http://www9.nationalgeographic.com/lostgospel/document.html
http://www9.nationalgeographic.com/lostgospel/_pdf/GospelofJudas.pdf
http://www9.nationalgeographic.com/lostgospel/_pdf/CopticGospelOfJudas.pdf



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