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A KHENATON

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

AKHENATON E A VERDADE








Ondina Balzano


Compreender a essência de Akhenaton significa tornar evidente um tipo de homem que possui a verdadeira visão do Universo, não importando quais sejam as circunstâncias sociais e políticas, porque ele abre o coração para uma luz maior, que conduz à ação iniciática, através da grande experiência espiritual.
Ao descobrir Akhenaton, percebe-se a pureza de seu ideal e a grandeza de seu coração, ensinando que os segredos da divindade estão escritos na própria natureza.
Akhenaton representou sua fé através da simbólica solar, de acordo com seus antepassados e com os fundamentos da escola de Heliópolis.
O Sol é o grande ministrador de benesses para fazer as criaturas despertarem no amor de Aton , conforme o conceito de Akhenaton.
Os documentos históricos sobre esse enigmático Faraó incluem textos religiosos, administrativos, diplomáticos e inúmeras obras de arte, que devem ser estudadas para se entender a essência divina que ele desejou transmitir ao Egito e ao Mundo.
Akhenaton era o símbolo do homem completo que reunia o dirigente de Estado e o mestre espiritual, o qual ensinava a arte de viver, através dos princípios sacros.
Citamos a opinião de dois dos mais renomados egiptólogos sobre Akhenaton -  Breasted e Weigall:

- Breasted escreve que Akhenaton era um homem inebriado de divindade, cujo espírito respondia com uma sensibilidade e uma inteligência excepcionais às manifestações de Deus em si mesmo. Ele manifestava um espírito que teve a força de disseminar idéias que ultrapassavam o âmbito da compreensão de sua época e dos tempos futuros.

- Weigall considera Akhenaton como um rei místico, afirmando que foi o primeiro homem a quem Deus se revelou pessoalmente, como a fonte de um amor universal, livre de paixões, e de uma bondade que não conhece restrições de espécie alguma.

Estes dois testemunhos fizeram surgir a teoria de que Akhenaton era um místico sincero e profundo, norteando sua vida através do amor divino que ele desejava irradiar para todo o Mundo.
O Faraó Akhenaton é o autor do Hino a Aton (Hino ao Sol), considerado o maior e o o mais belo poema de louvor a Deus e à natureza, em toda a história da Humanidade.
Assim, vivendo em Deus e por meio de Deus, Akhenaton parece um ser quase imaterial, porque ele sempre demonstrou uma enorme tendência pacifista, sendo contrário a qualquer manifestação de violência.
Akhenaton desde cedo revelou suas tendências místicas, no sentido de um maior entendimento da natureza divina. Ele recebeu de seu Mestre, Imenhotep - filho de Hapu -, as aulas sobre história, ciência, religião, política e arte como expressão do sagrado para orientar os destinos da gloriosa nação com realismo e determinação, porém dentro da pureza das origens egípcias.          Os ensinamentos de Akhenaton atravessaram os séculos e continuam atuais para auxiliar os seres humanos a percorrer o caminho da evolução espiritual, que ele sintetizou na sentença: “VIVER EM VERDADE!”




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A KHENATON E NEFERTITI









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A KHENATON
E SUA ETERNA MENSAGEM






A profunda sabedoria contida na doutrina de Akhenaton
continua a irradiar-se através dos milênios
e chega até nós cada vez mais fascinante e bela.

Geraldo Rosa Lopes



Akhenaton é o Filho de Aton, é o grande Mestre do Culto, é o Sacerdote Divino. Ele é o governante, cuja precípua função é educar, para que todos compreendam a natureza de Aton, o seu significado espiritual e a sua filosofia de verdade, paz e amor.
Akhenaton ensinava sua doutrina para aqueles que têm olhos para ver e ouvidos para ouvir. Ele aprecia esse contato direto com seus súditos-alunos.
Conforme seu ideal religioso Akhenaton desejava modelar uma sociedade diferente, na qual as relações sociais fossem mais humanas. O Rei desconsiderava a condição social por nascimento ou por classes, apenas importando seu coração puro e o desejo de viver a religião de Aton.
Deus revela-se ao Rei porque ele sente a sua consciência invadida pela luz do Sol divino. Ele sabe que sua missão maior é comunicar essa revelação ao povo, transmitindo a sua experiência espiritual:
- Aton é alegria e deseja que seus filhos sejam alegres;
- Aton é abundância e deseja que seus filhos tenham abundância;
- Aton é amor e deseja que seus filhos vibrem no amor;
- Aton é paz e deseja que seus filhos vivam na paz;
- Aton é verdade e deseja que seus filhos encontrem a verdade;
- Aton é vida e deseja que seus filhos sintam a vida eterna.

A religião de Aton é a única que traz harmonia e felicidade para o Egito e para seu povo, pois é fundamentada na essência divina da Verdade, que se estende a toda a Humanidade.
Akhenaton conduziu a religião egípcia no sentido de despertar o povo para a compreensão do Deus único e de mostrar o caminho da ascensão espiritual que todo ser humano deve seguir, através do Amor, da Justiça e da Verdade.
Séculos mais tarde, Jesus veio concretizar esta missão, ensinando:


AMOR: “Deveis Amar ao próximo como a vós mesmos”.
JUSTIÇA: “Buscai em primeiro lugar o reino de Deus e a sua Justiça, e todas as coisas vos serão dadas por acréscimo”.
VERDADE: “Conhecereis a Verdade e a Verdade vos libertará”.


Percebe-se assim que Akhenaton foi o precursor dos ensinamentos de Jesus, pois ambos vieram transmitir a palavra de Deus que se fundamenta no Amor, na Justiça e na Verdade. Dizia ele: É fundamental para o ser humano “VIVER EM VERDADE!”
Somente o entendimento da Verdade pode traçar a diretriz para o despertar da nova Humanidade.
Akhenaton ensinava a seu povo que somente quem vive em Verdade pode encontar a trilha do amor e da justica, esteios do equilíbrio que conduzem o homem à evolução     espiritual para desfrutar da tão almejada felicidade.
A verdade da religião de Aton, vibrante de amor fraterno e pintada com as brilhantes cores da natureza, só é percebida através de um sol interior, como explica o Rei.
Akhenaton foi o Faraó do Amor e muito trabalhou no sentido de desenvolver a fraternidade entre os povos.
Akhenaton realmente vivia na harmonia universal, porque vibrava na energia do Amor, isto é, na energia Divina, conforme consta do seguinte poema:


“O belo príncipe,
O eleito do Sol,
Rei do Alto e do Baixo Egito.
Vive na harmonia universal,
Senhor dos Dois Países,
Belo filho do vivo Aton,
Cujo nome permanecerá para sempre.”



A sua mensagem ocorreu no passado, mas permanece atual para o presente e certamente servirá para o futuro, pois trata de uma lei universal, que deverá ser seguida pelo ser humano, mais cedo ou mais tarde, a fim de atingir à evolução cósmica.
Quem fizer uma viagem no tempo para conhecer o antigo Egito, certamente vai se deparar com o seu personagem de maior expressão, Akhenaton, o qual continua transmitindo ao Mundo a sua lição sobre a essência da Verdade.
Christian Jacq refere a atualidade da mensagem de Akhenaton, dizendo:
Akhenaton colocou em prática as leis espirituais vislumbradas em sua viagem interior, as quais devem ser seguidas, ainda hoje, por todo o homem que zelar pela evolução da sua alma”. O Faraó Akhenaton permanece vivo no coração de cada homem que buscar a Deus. Sua notável experiência o conduziu à Eterna Sabedoria, que ele soube tornar perceptível à Humanidade, mostrando que a Vida nasce sem cessar e que a Natureza se renova a cada dia, como uma manifestação de Deus.
Os ideais de Akhenaton são perenes e devem atravessar a eternidade, pois ele assim se expressava:


''Os meus ideais desafiarão o tempo até o momento em que o cisne se torne preto e o corvo, branco; até que as montanhas se levantem e se movam até aos abismos e se precipitem no rio;... até que suas riquezas sejam tão abundantes como os grãos de areia nas margens do rio, como as escamas dos peixes;... até que ele celebre tantos jubileus como as penas dos pássaros e as folhas das árvores''.

 

 

 

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HINO AO SOL







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AKHENATON - O FARAÓ ILUMINADO








Akhenaton foi um marco na história do Egito e na história da Humanidade. Ele foi o precursor dos ensinamentos de Bhuda no Oriente e de Jesus no Ocidente.
Muitos egiptólogos enaltecem a figura ímpar de Akhenaton ao perceber que só uma pessoa iluminada se preocupa com a evolução não apenas de seu povo, mas de todos os seres humanos.
É Christian Jacq, egiptólogo francês, que assim se expressa sobre Akhenaton:

- “Akhenaton foi o Gênio da Humanidade”.

- Também é Christian Jacq que conta a história de um personagem da cidade de Akhetaton, o qual declara num texto:
- “Akhenaton é um Nilo para a Humanidade, Ele é como a Mãe que dá vida ao Mundo”.
- Arthur Weigall, egiptólogo inglês e autor de um livro sobre a vida do Faraó Akhenanton, afirma o seguinte:
- “Akhenaton foi o primeiro homem a quem Deus se revelou como fonte de Amor Universal”.


O egiptólogo americano James Henry Breasted diz desse Faraó:

- “Akhenaton era um homem inebriado de Divindade”.

No antigo Egito era comum o Faraó adotar diversos títulos. Dentre os usados por Akhenaton, citamos:

- “Aquele que vive na harmonia Universal”.

Com essa designação, ele mostra aos homens a necessidade de evolução espiritual, porque sabia que a Humanidade fatalmente teria de percorrer o Caminho da Luz para atingir à harmonia Universal.
Sua filosofia estava fundamentada no princípio do “VIVER EM VERDADE”, que manifesta o ser íntegro, equilibrado, transbordante de Amor e Justiça.
Akhenaton teve a coragem de realizar a reforma social, política, religiosa e artística, inclusive, retornando a cânones de uma época arcaica, que deu origem à Escola de Heliópolis, que cultuava a divindade RA, Deus do Sol e da Criação, em cuja filosofia deve se ter inspirado.
O Faraó desperta o povo para a compreensão do Deus único, permitindo a sua entrada no Templo da nova cidade, para que todos pudessem participar do convívio com ATON e receber as suas graças.
Em seu pensamento não havia lugar para o ódio e a guerra, pois considerava todos os seres como irmãos e desejava que vivessem num mundo de paz.
A arte partiu de um classicismo, quando o Faraó Akhenaton se fazia representar em estelas e estátuas com feições de um autêntico egípcio. Depois, passou por uma fase intermediária, adotando as características de rosto alongado, queixo protuberante e olhos oblíquos, seios pendentes e ventre volumoso, similares às do período pré-dinástico e de acordo com os ensinamentos da Escola de Heliópolis, cujo Deus ATUM era a manifestação de DEUS, como PAI/MÃE da criação. E, no último estágio, manda executar a sua imagem salientando ainda mais os referidos detalhes; e estende a outros membros da Família Real e da corte essas semelhanças ao Deus Único.
Finalmente, sua máscara mortuária mostra o rosto perfeito de um egípcio que exprime a serenidade de um ILUMINADO. (Ateliê – Thutmes)
No início de seu reinado, idealiza e executa a construção de um templo, em Uast (Tebas) em honra do Deus Ra-Harakti, inspirado no modelo do templo primitivo de Heliópolis, que compreende um obelisco piramidal assentado sobre uma base, representando um raio de Sol petrificado.
O Egito estava celebrando o nascimento da Luz com o símbolo da energia solar que contém a vida. Então, pela primeira vez no novo templo é representado o disco solar, cujos raios terminam em mãos doadoras de vida; e o nome do Deus ATON é colocado num cartucho. Mas, logo Akhenaton percebe que para realizar a sua missão deveria construir uma cidade longe do alcance do Clero de Amon, que estava desviado da essência da religião.

- Concluindo:
AKHENATON, inspirado pelas idéias de seu Pai, Amenhotep III, que já havia introduzido modificações importantes para a mentalidade religiosa de seu tempo, prestando uma homenagem oficial a Aton por meio de construções que mandara erguer em Mênfis e em Uast (Tebas), ocasião em que corta certas prerrogativas políticas e financeiras do clero de Amon.
AKHENATON, incentivado pela firmeza de propósitos de sua Mãe, a Rainha Tyi, que já demonstrara a sua preferência por ATON, tanto que batizou o barco que recebeu de presente do Faraó com o nome de “TEHEN - ATON” (O Esplendor de Aton).

 

 

 

Akhenaton

 

Amenhotep III e Rainha Tyi


AKHENATON, apoiado pela sua amada esposa, a Rainha Nefertiti, que lhe prestou total colaboração, pois os dois lutaram juntos para tornar o Egito uma nação de Amor e de Paz, como símbolo da harmonia universal.
E, assim, o Faraó dá início à concretização de seus ideais, construindo a cidade de AKHETATON, para cultivar no coração do povo os sentimentos de Amor, Justiça e Verdade, que são os esteios capazes de conduzir a evolução da Humanidade!
AKHENATON permite a entrada do povo no Templo da nova cidade para que todos pudessem participar do convívio com ATON, sob a direção de um novo Clero que vibrava no amor de ATON. Quem viveu em Akhetaton percebia a felicidade do povo, pois todos trabalhavam em harmonia dentro de cada setor da vida, formando uma sociedade ideal que vibrava no AMOR.
Federico Arborio Mella, autor da obra “O Egito dos Faraós”, afirma que Akhenaton foi o primeiro intelectual da História, conforme registro em seu poema Hino a Aton, onde consta uma exaltação a Deus criador, cujo poder é expresso através das forças da Natureza.

Concluímos o texto, transmitindo um convite de Akhenaton:


Akhenaton convida o homem a comungar com tudo o que vive e a reverenciar a Natureza em todo o seu esplendor, contemplando a beleza das flores, o movimento rítmico da água do rio, o sibilar do vento no deserto, a alegria dos pássaros cantando, as estrelas cintilando no céu, o desabrochar de uma nova vida, as melodias executadas ao som da harpa e do alaúde; enfim, reconhecendo Deus em tudo e participando conscientemente da sua obra de AMOR.

AKHENATON viverá eternamente no coração de toda a criatura que buscar a Luz Espiritual.
AKHENATON de fato foi o “ILUMINADO” que a Humanidade não conseguiu acompanhar!




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A CIVILIZAÇÃO SOLAR







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NEFERTITI - "A BELA QUE CHEGOU"







Dr. Geraldo Rosa Lopes


Uma das mais famosas e carismáticas mulheres da história mundial. A bela e sedutora esposa do Faraó Amenhotep IV – Akhenaton – durante a XVIII Dinastia – no chamado “período Amarniano” – (1364 – 1347 a.C.) – uma das mulheres mais célebres e carismáticas da história, dotada de forte personalidade e que exerceu uma preponderante influência política e social, tanto quanto religiosa, no período histórico em que viveu.
A “Grande Esposa Real” – Nefertiti ou “a bela chegou”, participou ativamente dos acontecimentos que caracterizaram o reinado de Amenhotep IV -, como provam as várias representações no repertório iconográfico do notável período amarniano.
Nefertiti ocupou posições de destaque no âmbito político, social e, principalmente, como grande sacerdotisa do deus ATON, a divindade suprema que brilhava no panteão de Akhenaton. Com seu esposo, participava diretamente dos rituais religiosos, nas cerimônias de oferendas ao seu deus único e nos assuntos relacionados com a administração do estado faraônico.
Era a “Grande Adoradora – “Senhora de todas as virtudes” – “Senhora das Graças”, e sempre estava representada nas artes em companhia de seu marido, em cenas familiares com suas filhas, demonstrando o carinho e seus sentimentos mais puros de amor maternal e de dedicação ao seu deus. Tanto em pinturas, baixos-relevos e esculturas podemos vê-la junto de seus entes queridos ou distribuindo presentes a seus súditos e fazendo oferendas nos santuários de Aton.
Ela foi uma grande rainha e uma devotada sacerdotisa, e não lhe foram poupadas a dor e as vicissitudes da vida, inclusive a perda de uma de suas filhas, e, tampouco, os dramas com os quais conviveu na companhia de seu esposo e de seus amigos.
Nefertiti foi, de maneira indiscutível, uma mulher excepcional, que marcou indelevelmente sua presença na história da humanidade.
Algumas hipóteses consideram-na como de origem asiática, nascida no Mitani, que teria sido enviada ao Egito para casar-se com o faraó. Outras teorias dizem que era filha de um alto funcionário da corte, Ay e de sua mulher Tyy e, neste caso, genuinamente egípcia. Esta última hipótese é a mais aceitável na atualidade.
Há ainda uma outra versão que a considera meia-irmã de Akhenaton e, neste caso, filha de Amenhotep III com uma esposa secundária, a mitaniana Gilukhepa, filha do rei do Mitani.
Grande parte de sua vida ainda permanece como um mistério. Mas, já é quase certa a sua origem egípcia e provavelmente filha do ministro Ay, irmão da rainha Tyi. Seu túmulo até hoje não foi localizado. Entretanto, há ainda muita controvérsia nos meios especializados e os egiptólogos não chegaram a um consenso sobre o assunto.
Quando os egiptólogos da Sociedade Alemã do Oriente escavaram o sítio arqueológico de Tell el-Amarna, a antiga Akhetaton (O horizonte de Aton), encontraram no atelier do escultor Tutmósis várias esculturas. Entre os achados estava o mundialmente famoso busto de Nefertiti, o qual se encontra no Museu de Berlim. A importância política-cultural e religiosa de Nefertiti está bem evidente nas representações artísticas do período amarniano. Sempre representada em cenas de cunho familiar, religioso, fazendo oferendas a seu deus Aton ou, junto com seu esposo, lançando presentes da sacada de seu palácio.
Foi muito amada pelo povo e por todos que com ela conviviam, demonstrando sua forte personalidade de mulher culta e respeitada.
O povo depositava sua fé em Nefertiti e era ela, como sacerdotisa de Aton, quem orientava as oferendas e recitava as preces. Também ela dirigia o clero feminino de Aton.
Nas representações artísticas era qualificada como “Dama das Graças” ou “Senhora de todas as Virtudes”.


As tabuinhas de Amarna – Em 1887 foram descobertas em Amarna as tabuinhas de argila, que constituem provas fundamentais das relações diplomáticas do reinado de Akhenaton com os países do Oriente. Foram adquiridas pelo egiptólogo Wallis Budge, que as estudou. Provinham do arquivo real do faraó e seu conteúdo nos informa da correspondência dos soberanos dos reinos de Biblos, Mitani e outros países, com o rei egípcio.
Foram redigidas durante os reinados de Amenhotep III, Akhenaton e nos primeiros anos de Tuthancamon. Seu conteúdo era, principalmente, constituído por pedidos de seus “irmãos asiáticos”, como os do rei do Mitani solicitando ouro a Amenhotep; e outras, como as do rei de Alasya, que pede proteção e aliança política. Eram grafadas em escrita cuneiforme, na linguagem acádica a maior parte delas. Há, contudo, textos em vários outros idiomas. Esses reis vassalos solicitavam proteção militar, envio de tropas, de ouro e de alimentos.
Um exemplo clássico é o conteúdo da mensagem que o rei Tushrafta, do Mitani, enviou a Amenhotep III, a qual se reportava à solicitação de ouro “... porque no país do meu irmão, o ouro é tão abundante como o pó”



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RAINHA NEFERTITI



Nefertiti - busto


Ondina Balzano



A Rainha Nefertiti foi esposa do Faraó Amenhotep IV, que depois mudou seu nome para Akhenaton, tendo o casal governado o Egito no período da XVIII Dinastia.
Nefertiti era prima do jovem Amenhotep, filho do Faraó Amenhotep III e Rainha Tyi, pois ela era filha de um irmão da mesma, de nome Ay, denominado “Divino Pai”, que significa sogro. Entretanto, a esposa de Ay, de nome Ty, nunca foi mencionada como mãe de Nefertiti, presumindo-se que ela apenas tivesse assumido a criação da menina ou fosse sua ama-de-leite.
Nefertiti, cujo nome significa “A bela chegou” costumava ir ao Palácio de Malkata para brincar e estudar junto com o primo, tendo em vista que, muito cedo, eles manifestavam idêntico pensamento sobre vários assuntos, em especial sobre a história e a religião do antigo Egito.
A maioria dos livros de Egiptologia relata que Nefertiti ingressa na história por ocasião do casamento com o Príncipe Amenhotep; outros dizem que as crianças não tiveram opção de escolha e se contentaram em obedecer às ordens dos dirigentes do Egito. Na verdade, as duas crianças se conheciam desde pequenas e aprenderam a se amar, daí nascendo um grande amor-paixão, como só as almas-gêmeas possuem.
Amenhotep IV e Nefertiti uniram-se em matrimônio no ano de 1386 A.C., quando o príncipe tinha doze anos e a noiva apenas dez anos de idade. O enlace foi realizado com toda a pompa que merecia um sucessor ao trono do Egito.
O casal estava unido não só pelo ritual do reino, mas de maneira especial pelo coração, pela eternidade e pela comunhão de ideais, que lhes possibilitou viverem a mais linda história de amor. Assim, a partir de um casamento em que prevaleceu o amor, forma-se o Casal Solar, com a sua origem divina no Sol de Aton.
Em quase todos os reinados do Egito, o Faraó mantinha um harém na corte. E, assim aconteceu com Amenhotep III, que chegou a realizar um matrimônio diplomático, com uma princesa de Mitani, a fim de manter a paz no país, através de uma aliança com um soberano estrangeiro. Entretanto, Akhenaton dispensou o harém, porque para ele a única mulher de sua vida era Nefertiti.
No ano de 1383 A.C., o Faraó Amenhotep III convida seu filho para participar de uma co-regência para os dois juntos dirigirem os destino do Egito.
O casal real começa a desenvolver a grande parceria no seu ideal religioso, pois o  amor que os unia era indissociável da fé compartilhada no Sol de Verdade, que iria desabrochar no seu reinado.
No quinto ano de governo, Amenhotep IV resolve mudar seu nome para Akhenaton, que significa “aquele a quem Aton benefia”. Ele coloca na prática os ensinamentos do Mestre Amenhotep, filho de Hapu, fazendo o Egito conhecer o Deus do Amor, da Verdade e da Justiça: Aton.
Não obstante seus compromissos religiosos, Akhenaton e Nefertiti também se divertiam, pois gostavam de realizar passeios pelo rio Nilo a fim de apreciar o belíssimo e radioso pôr-do-sol, assim como pelos lindos jardins do Palácio para se inebriarem com o perfume das flores e com a melodia dos pássaros, porque admiravam a Natureza em todas as suas formas.

Akhenaton faz diversas demonstrações de seu grande afeto pela Rainha, mandando fazer estátuas e estelas, a fim de perpetuar a sua beleza; presenteando-lhe jóias com o simbolismo que ela tanto adorava, como o escaravelho e o olho de Horus; mas, principalmente, manifestando o seu amor incondicional.
O Egito, através de seu grande escultor Thutmes, condensou no rosto da Rainha Nefertiti a beleza de seus 18 anos, e também uma sabedoria milenar, um desejo infatigável de viver para o ideal de Amor, Justiça e Verdade, que deveria resplandecer na Humanidade, reverenciando sempre o Divino. Esse era o pensamento do Casal Solar.
Akhenaton registrou por meio da poesia a beleza, a doçura e o fascínio que Nefertiti espargia através de sua alma, onde se ocultava o vigor e a determinação de sua excepcional personalidade:


 “Eu respiro o doce sopro,
Que sai da tua boca;
Eu vejo tua beleza, todo o dia;
É meu desejo ouvir a tua doce voz,
Semelhante ao vento do norte;
De sentir meus membros revigorados,
Pela tua vida e pelo teu amor.
Dá-me tuas mãos,
Que seguram teu espírito,
Que eu possa receber,
E viver por meio dele.
Chama meu nome à Eternidade,
E ele não perecerá jamais.”


Havia uma grande comunhão espiritual entre Akhenaton e Nefertiti, a tal ponto que é impossível dissociar o casal para perceber de quem partia a idéia das suas múltiplas ações em benefício do povo e do Egito.
A Rainha Nefertiti é considerada uma estrela brilhante, sendo chamada “a inigualável”, pois as suas palavras alegram o coração dos vivos e as suas mãos seguem o traçado dos gestos rituais que satisfazem a Deus.

Quatro anos após o enlace matrimonial, nasce a primogênita do casal, que recebe o nome de Meritaton, que significa “Amada de Aton”.
Ao longo dos anos, o casal foi abençoado com o nascimento de mais cinco filhas, que lhes trouxeram muita alegria e felicidade, as quais receberam os nomes de Meket-Aton (A protegida de Aton), Ankhesenp-Aton (A que vive por Aton), Neferneferu-Aton – Tashery (nome da mãe, como júnior), Neferneferu-Ra (Belas são as belezas de Ra) e Setepen-Ra (A eleita de Ra), cujos eventos foram todos documentados em estelas comemorativas.

 

 

 

 

AkhenatonAkhenatonAkhenaton

 

 

 

 

AkhenatonAkhenatonAkhenaton

 

 


Akhenaton percebe que seria impossível afastar a soberania do clero de Amon em Uast (Tebas) e fala a seu pai sobre a idéia de construir uma nova capital. O Faraó Amenhotep III apóia o projeto do filho, pois ele e a Rainha Tyi já tinham demonstrado sua admiração pelos ensinamentos de Aton.
Então, ele escolhe uma comitiva para o acompanhar e parte, descendo o Rio Sagrado, para atingir o meio do deserto em busca de um solo virgem para a construção da nova capital.
O Faraó encontra o local que seu Pai divino havia escolhido para construir a cidade que viria a ser a capital do Egito, ao ver nascer o Sol entre duas montanhas, símbolo do horizonte. Logo, iniciam as obras de construção da nova capital: Akhetaton.

Nascer do Sol Pôr do Sol


Christian Jacq faz uma citação importante sobre a Rainha:

“Nefertiti foi uma das “cabeças pensantes” da civilização egípcia, senão a principal.”


O Faraó Akhenaton convida sua esposa, a Rainha Nefertiti, para junto com ele estabelecer a co-regência. Nefertiti assume a personalidade de regente com novos nomes: Ankh-Kheperura-Semenkara ou Nefer-Neferu-Aton.

 

 

Akhenaton

 


O Casal real passeava pelas ruas da cidade, usando um lindo carro que brilhava como o sol. A multidão gritava: “Viva! Saúde!”. Então o Rei freava os belos cavalos com uma mão, abraçando sua esposa com a outra. Essa era a imagem perfeita do amor conjugal, que os reis do Egito desejam transmitir à sociedade, para que ela possa encontrar o caminho da felicidade de um viver harmonioso.
Nefertiti participava ativamente de todas as cerimônias no Templo, onde desenvolvia o seu esplendor religioso através do santuário denominado “Moradia de Repouso de Aton”, com a celebração dos rituais do pôr-do-sol. Ela era a Grã-sacerdotisa do culto de Aton e dirigia um clero feminino que festejava a divindade conforme um ritual específico de oferendas. A Rainha viveu a espiritualidade nova com igual ardor ao do Rei e sempre esteve ao seu lado nos momentos em que ele exercia a sua função sacerdotal.

 

 

Akhenaton

 


Akhenaton dizia que o ato religioso e o exercício do culto constituíam os seus deveres primordiais e a Rainha o acompanhou por essa trajetória.
A Rainha Nefertiti, dona de uma excepcional personalidade, com sua capacidade versátil, ao mesmo tempo autoritária e benevolente, resoluta e atenciosa, crente e mística, soube usar da sua força de caráter para se tornar uma autêntica soberana que dominava os assuntos de Estado, auxiliando o Faraó em todas as resoluções de caráter político, social e religioso.
Existe um bloco talhado com a representação de um barco de Estado de Nefertiti, ou seja, uma grande barca usada nos ritos reais, encontrado em Akhetaton. (Atualmente, esse bloco está no Museu de Belas Artes de Boston, USA.)
Também, Nefertiti é representada com a grande coroa, batendo com uma clava ritual no inimigo que ela segura pelos cabelos. Essa cena é bem clássica na arte egípcia, mas reservada apenas ao Rei, pois nunca se observou uma rainha nessa postura totalmente guerreira. Nessa representação, Nefertiti é considerada como um Faraó, erguendo a clava simbólica, chamada “a iluminadora”, pois que visa mais o ato de purificar do que de destruir. Após a morte de Akhenanton, a Rainha Nefertiti assume, como Faraó, o governo do Egito.
Um dos ensinamentos mais plenos de espiritualidade de Aton é considerar o casal real como sagrado, porque ele é o intermediário entre Deus e o povo do Egito. A vida que o Criador concede à humanidade é transmitida através do casal reinante.
As representações em que o amor conjugal ocupa o primeiro plano têm um profundo significado teológico, pois demonstram que o amor vivido pelo casal apresenta o caminho para o equilíbrio da sociedade egípcia.
Viver em Akhetaton corresponde a desabrochar na luminosidade do casal real, reconhecendo que o centro espiritual da cidade de Aton é a oferenda ao Sol, que permite à luz celeste recriar o mundo toda manhã. Assim, o rei deve celebrar o alvorecer e a rainha o entardecer, oficiando o culto.



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